O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, negou nesta quinta-feira que o escândalo de abusos sexuais de crianças por sacerdotes tenha prejudicado a imagem do papa Bento 16 –que também foi acusado de acobertar os padres pedófilos.

“Com o que ocorreu nos últimos meses, com o problema do escândalo dos abusos, poderia pensar que a imagem do papa foi debilitada, mas isso não ocorreu”, disse Lombardi, durante entrevista a jornalistas, após a missa do papa em Fátima (Portugal).

Lombardi disse ainda que as viagens bem sucedidas do papa a Malta e a Portugal, onde atraiu 500 mil pessoas para missa, segundo o Vaticano, são provas de que sua popularidade continua intacta.

“As viagens a Malta, Turín e Portugal são muito positivas e alentadoras”, disse Lombardi.

A Igreja Católica enfrenta uma de suas maiores crises devido ao acobertamento de abusos sexuais de crianças por parte de padres.

O escândalo atinge até mesmo o próprio papa, acusado de acobertar padres pedófilos na época em que foi arcebispo de Munique, entre 1977 e 1981. Grupos de vítimas pedem ainda informações sobre as decisões tomadas pelo papa na época em que dirigiu o departamento doutrinal do Vaticano, entre 1981 e 2005.

Desde o estouro da crise em vários países, Bento 16 apelou à penitência e prometeu que a Igreja iria tomar medidas para proteger as crianças e tornar padres abusadores perante a justiça.

O porta-voz do Vaticano confirmou a cifra de 500 mil fiéis na missa do papa, o que marcaria um recorde.

Já os responsáveis pelo Santuário de Fátima, onde a cerimônia foi realizada, dizem que o local pode receber até 300 mil pessoas e, com a superlotação, estimam o público em, no máximo, 400 mil.

O papa, afirmou o porta-voz, ficou “muito emocionado” ao saber do grande público.

Fonte: Folha Online

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