A figura de Harry Potter volta a preocupar o Vaticano, que em dois artigos publicados em seu jornal, “L’Osservatore Romano”, traz um debate sobre o bruxo adolescente com uma dura crítica, por sua sugestão à bruxaria, e com elogios à sua defesa do bem e da amizade.

“Opiniões e confrontações sobre o mago mais famosos do mundo. A dupla face de Harry Potter”, é a manchete do jornal da Santa Sé para apresentar o debate sobre o personagem criado pela escritora J.K.Rowling, do qual afirma que Bento XVI não gosta.

As críticas mais duras foram feitas por Edoardo Rialti, que em artigo afirma que a imagem de herói de Harry “é equivocada” e denuncia que os valores positivos que o bruxinho propõe são bruxaria, manipulação violenta de pessoas e coisas e conhecimento do ocultismo.

Segundo Rialti, o mago desprezaria todos os que não fossem magos e não educa para “o transcendente, mas a uma vaga espiritualidade new age”.

Já Paolo Gulisano afirma no outro artigo que Harry Potter leva o leitor desde uma visão individual do ser humano a outra do homem que tem valores morais, como o bem, a entrega, o sacrifício, o amor e a amizade.

Para ele, o sucesso da série se baseia na humildade do mago adolescente, que a expõe a uma geração de jovens que lêem pouco e se comunicam por telefone.

Esta não é a primeira vez que o Vaticano se preocupa com o fenômeno Harry Potter.

Há dois anos, o arcebispo Michael Louis Fitzgerald, atual núncio apostólico no Egito, e Peter Fleetwood, secretário do Conselho das Conferências Episcopais Européias, disseram que um bom católico pode ver filmes como Harry Potter, sempre que souber discernir e distinguir entre o bem e o mal.

Eles afirmaram ainda que não se deve perder de vista as doutrinas cristãs.

“Não há qualquer problema. Não há nada de mau sempre que se saiba discernir. Na imaginação de todas as crianças, em todas as épocas, sempre houve bruxas, magos, magia e anjos. Filmes como Harry Potter ou Senhor dos Anéis não são maus, sempre que os pequenos possam ver neles o conflito entre o bem e o mal”, disse Peter Fleetwood.

Para Bento XVI, a obra de J.K. Rowling não o convencia, por “minar o espírito da cristandade”, afirmou o escritor Gabriele Kuby, autor do livro “Harry Potter – Good or Evil”.

Fonte: EFE

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