A região conhecida como Chifre da África tem chamado a atenção de muitos especialistas. Muitos assistem espantados ao apoio que o exército da Etiópia dá ao governo da Somália. Mas, e quanto a outras fontes de tensão?

Um dos temores de alguns começa a se concretizar: o fato de a Eritréia intervir em favor das milícias islâmicas que controlam a maior parte da Somália. Existem informações de que pelo menos 2 mil soldados eritreus estão apoiando os islamistas em sua luta para permanecer no poder. Mas, há uma outra razão de preocupação para os ativistas.

A Eritréia é um país muçulmano que tem uma significativa minoria cristã. Em uma das piores ações totalitárias, as igrejas ortodoxa, luterana e católica passaram a ter de ser aprovadas pelo Estado. Isso faz com que ocorram amplos meios de intimidação.

De acordo com grupos de defesa da liberdade religiosa, pelos menos 2 mil cristãos estão presos por praticar sua fé. Esse número inclui 150 pessoas que foram presas em outubro, durante uma batida em 5 igrejas não autorizadas. Grupos de direitos humanos, como a Anistia Internacional, têm defendido a causa de alguns como prisioneiros de consciência.

Apelo dos que sofrem

A igreja ortodoxa esteve sob ataque recentemente. Primeiramente o bispo foi afastado de seu cargo e depois foram tomadas atitudes controversas. O governo ordenou que todos os dízimos e ofertas fossem revertidos para o Estado, para que este administrasse os fundos da igreja e pagasse os sacerdotes. Em seguida, foi estabelecido um limite para o número de sacerdotes por paróquia. Caso uma paróquia tenha um número maior de sacerdotes do que o determinado, o excedente deve ser enviado para o serviço em campos militares.

Uma outra igreja foi forçada a fechar e transferir todos os seus bens para o governo, incluindo o prédio, escolas, veículos e outras coisas. Pessoas têm sido presas e torturadas. A questão que surge é quando os especialistas tomarão consciência dos apelos daqueles que sofrem na Eritréia. E, mais importante, quando a liberdade religiosa será respeitada pelo governo eritreu?

Fonte: Portas Abertas

Comentários