Sobreviventes de abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica da Austrália e seus familiares declararam nesta quinta-feira em Roma que esperam um “possível encontro” com o papa antes de deixar a capital italiana amanhã.

As vítimas escreveram uma carta ao pontífice para pedir essa reunião, após um encontro com o cardeal e ex-arcebispo australiano George Pell.

“As coisas estão se movimentando para que os 20 que estão aqui possam ter um possível encontro com o papa”, explicou David Ridsdale, porta-voz desse grupo e sobrinho do sacerdote pedófilo Gerald Ridsdale.

Ridsdale disse que embora o encontro com Pell tenha sido “muito emocionante”, todos esperam “poder falar com o papa”.

O “ministro” de Economia vaticano prestou declaração perante um tribunal australiano nos últimos quatro dias desde o Hotel Quirinale de Roma por videoconferência no processo pelos abusos a menores cometidos entre as décadas de 70 e 90 nas cidades australianas de Ballarat e Melbourne.

No hotel também esteve presente Anthony Foster, pai de duas filhas estupradas por um mesmo sacerdote, sendo que uma delas se suicidou depois.

Embora Foster não tenha participado do encontro com o cardeal Pell, que não voltou para a Austrália por conselho médico, se dirigiu aos meios de comunicação na saída do hotel com uma foto de suas filhas na mão visivelmente emocionado.

“Esta é a família perfeita que a Igreja Católica destruiu por não vigiar seus sacerdotes e permitir que estuprassem as meninas”, disse Foster, que reconheceu que “ainda resta muito caminho para percorrer”.

Foster pediu “humildade” por parte da Igreja e solicitou dela “ações de verdade e não só palavras”.

Outro grupo de vítimas e parentes presentes em Roma foi hoje a uma reunião com o padre Hans Zollner, vice-reitor da Universidade Gregoriana e responsável do departamento de psicologia, e que faz parte da Comissão para a Tutela de Menores que o papa Francisco constituiu em 2014 para tratar os casos de pedofilia.

[b]Fonte: Terra[/b]

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