André Valadão e esposa fantasiados para festa de fantasias na Igreja Lagoinha em Orlando, nos EUA (Foto: Reprodução/Instagram Lagoinha Orlando Church)
André Valadão e esposa fantasiados para festa de fantasias na Igreja Lagoinha em Orlando, nos EUA (Foto: Reprodução/Instagram Lagoinha Orlando Church)

Após ter as redes sociais inundadas por críticas por realizar uma festa na Igreja Batista da Lagoinha, em Orlando, Estados Unidos, no mesmo dia do Halloween, o pastor André Valadão se pronunciou nas redes sociais.

O Halloween, popularmente conhecido como Dia das Bruxas, é caracterizado por festividades em que as pessoas se reúnem trajadas de monstros, figuras de terror ou personagens peculiares. Além disso, as crianças também participam, indo de porta em porta pedindo doces enquanto estão fantasiadas.

A celebração na igreja de André Valadão recebeu o nome de “Happy Pumpkin” (Abóbora Feliz) e foi concebida com o objetivo, conforme a postagem no Instagram da igreja, de celebrar a vida.

Diante das críticas, a assessoria de imprensa do pastor emitiu uma nota oficial esclarecendo a natureza da festa:

“Por contas das críticas ao evento Happy Pumpkin, da Igreja da Lagoinha de Orlando, nos Estados Unidos, viemos comunicar que se trata de uma celebração à vida, como diz a própria tradução, “abóbora feliz”.”

A nota explicou que, embora a celebração do Halloween nos Estados Unidos possa ter um aspecto macabro, a intenção da igreja era transformar essa visão:

“Diferente do Brasil, nos Estados Unidos a cultura à festa de dia das bruxas, algo macabro, é muito grande e atinge, principalmente crianças. Com o objetivo de transformar essa visão e unir os fiéis para algo iluminado, de vida, decidimos fazer uma celebração na data.”

Além de esclarecer a intenção do evento, a nota de André Valadão destacou que o evento não celebrava o Halloween, mas sim a vida:

“O Happy Pumpkin é a fuga da morte, para festejar a vida que Deus nos proporcionou”.

André Valadão também abordou as críticas em uma entrevista, afirmando:

“Muitos estão me atacando e me ligando à política. Aproveito para deixar claro que eu não sou bolsonarista, embora o assunto seja a festa. Muitas pessoas não entendem que nos Estados Unidos [o Halloween] é um evento que as crianças participam muito. Aqui na América do Norte essa cultura é muito forte”, desvinculando assim a celebração religiosa de quaisquer conotações políticas.

Resposta da Igreja da Lagoinha

O perfil oficial da igreja se manifestou sobre o propósito da celebração, defendendo a perspectiva de que se tratava de uma festa de valores cristãos:

“Nossa festa é uma celebração da vida, uma expressão de amor e felicidade que brilha mais intensamente do que qualquer vela de abóbora. Aqui, as trevas não têm espaço; apenas a luz de CRISTO! Famílias unidas, alegres e louvando a Deus… ISSO SIM é motivo para celebrar!”.

Comentários

A Igreja de André Valadão recebeu diversos comentários negativos nas postagens, onde alguns questionaram a abordagem da igreja em relação ao Halloween, considerando-a incongruente com os princípios religiosos.

Uma internauta escreveu: “Acho engraçado que o André Valadão só faz o que convém a ele, aí, o que ele faz é certo”.
“André Valadão e o Halloween gospel”, declarou outra usuária. Outro internauta disse “Ces são crente não”, um bordão usado pelo André Valadão para responder as caixinhas de perguntas do seu Instagram.

Outros comentários negativos foram: “Isso não é correto para um cristão”, “Isso aí tá errado”, “Qual o exemplo vcs dão as pessoais que não conhece Cristo ???? Fazendo festa temática de Halloween”, “Misericórdia, que espécie de evangelho é esse?”, “Estão levando o mundo pra dentro da igreja”.

A seção de comentários nas publicações relacionadas ao Halloween na Igreja da Lagoinha foi restrita.

Incompatível com o cristianismo

Para os cristãos, a festa é incompatível com o cristianismo. Segundo o pastor Renato Vargens, esta festa pagã foi criada pelos celtas para celebrar o ano novo dos feiticeiros. A crença é que nesta data, os espíritos dos mortos vagavam entre os vivos e visitavam seus antigos lares.

Ao mesmo tempo, a região Norte celebrava o festival da colheita e grandes fogueiras eram criadas para assustar os espíritos. Outra forma criada para espantar as almas vagantes era se vestir de forma assustadora ou esculpir nabos e, depois, as abóboras – que representam a imortalidade – para completar o ritual.

O pastor explica também que nos anos de 1920 a festa pagã virou uma festa e se tornou uma das maiores tradições dos Estados Unidos, passando a ser copiada em outros países. Então, ele pergunta:

“O que o santo evangelho de Cristo tem a ver com isso? Como um cristão pode se envolver em uma festa assim? Por acaso participar do Halloween glorifica a Deus?”, questiona o pastor. “O que o Halloween tem a ver com o cristianismo? Como pode um crente em Jesus celebrar a morte? Como pastores e igrejas podem defender uma festa deste naipe?”

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