Pastor Vyacheslav Goncharenko, da Igreja Nova Vida, na Bielorrússia (Foto: Facebook Igreja Pentecostal Nova Vida)
Pastor Vyacheslav Goncharenko, da Igreja Nova Vida, na Bielorrússia (Foto: Facebook Igreja Pentecostal Nova Vida)

O pastor da New Life Church (Igreja Nova Vida), uma grande e conhecida igreja evangélica em Minsk, capital da Bielorrússia (também conhecida como Belarus), foi preso por 10 dias depois que a polícia revistou sua casa.

O pastor Vyacheslav Goncharenko e a igreja que ele lidera foram alvo das autoridades bielorrussas nos últimos anos e ficaram especialmente sob o radar por apoiar os protestos pró-democracia no país após a eleição fraudulenta em 2020, que foram fortemente reprimidos pelo presidente Lukashenko com prisões em massa e torturas.

Cristãos de muitas igrejas tiveram que deixar a Bielorrússia para continuar a defender os direitos humanos básicos.

20 oficiais do Departamento de Crime Organizado e Corrupção entraram na casa do pastor, de acordo com o grupo de defesa Christian Vision For Belarus em 14 de agosto, e detiveram Goncharenko por “resistência às exigências da polícia”. Seu genro e pastor de jovens da Igreja Nova Vida, Illia Budai, também foi preso.

O regime autocrático na Bielorrússia despejou à força a Igreja Nova Vida de seu templo em fevereiro de 2021. A congregação continuou a se reunir no estacionamento de suas instalações até que também foi proibido. Em junho de 2023, as autoridades destruíram o prédio da igreja com escavadeiras, fazendo com que o pastor Goncharenko dissesse: “Deus vê nossa dor e a zombaria dos ímpios”. No final de julho, o site da igreja foi bloqueado.

Julgamento por “extremismo” em 23 de agosto

De acordo com o grupo de defesa da liberdade religiosa Fórum 18 (Noruega), a New Life Church enfrenta agora um julgamento em 23 de agosto por publicar informações “extremistas” que “aumentam ameaças à segurança nacional, o que inclui aumentar artificialmente as tensões na sociedade”.

O procurador de Minsk aponta especificamente para 2 postagens no site. Um deles, em agosto de 2020, foi um chamado para participar do evento Pray for Belarus, no qual a igreja disse: “Como cristãos, condenamos a recente violência e crueldade e apelamos às autoridades para que se arrependam”. A segunda postagem, de novembro de 2020, posicionou a igreja contra a violência do regime contra manifestantes pacíficos nos protestos antifraude.

Fontes protestantes na Bielorrússia que conhecem bem a situação dizem que este julgamento pode ser o prelúdio para fechar “legalmente” a igreja.

Repressão contínua do regime

Os cristãos evangélicos na Bielorrússia disseram ao Evangelical Focus que novos processos legais ainda estão sendo abertos contra cidadãos (incluindo membros de várias igrejas) três anos após a eleição nacional fraudulenta que levou aos protestos maciços contra o regime do presidente Lukashenko em 2020.

A violação dos direitos humanos neste país da Europa de Leste tem sido denunciada por diversas organizações internacionais. Casos recentes incluem o de um prisioneiro político cristão que foi privado de se reunir com sua esposa e filhos após cumprir sua sentença.

Folha Gospel com informações de Evangelical Focus

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