O arcebispo anglicano de York, John Sentamu, criticou neste domingo a disputa de partidas do Campeonato Inglês no domingo de Páscoa, esquecendo a tradição religiosa do Reino Unido, ao lembrar que muitos clubes foram fundados pela Igreja.

Em declarações ao dominical “News of the World”, Sentamu – segundo clérigo mais importante da Igreja da Inglaterra, depois do arcebispo de Canterbury – reprovou que hoje a disputa das partidas entre Aston Villa e Everton, e Manchester City e Fulham.

O arcebispo acha que o domingo de Páscoa deveria ser tão importante quanto o Natal, e teria que ser dedicado à família.

Além disso, o clérigo ressaltou que, se não fosse pela ressurreição de Cristo na cruz, muitas equipes de futebol não estariam em campo hoje, e lamentou que o esporte tenha se transformado em um “negócio”.

Sobre a origem dos clubes, que tiveram ligação com a igreja na fundação, o arcebispo perguntou se “esqueceram de sua história”, pedindo que “lembrassem a fé de seus fundadores” e abandonassem “a amnésia sobre seu patrimônio”.

Sentamu, ex-bispo de Birmingham, considerou que há “tempo e lugar” para o futebol, mas “22 pessoas atrás de uma bola não é tudo na vida”.

Na semana passada, um grupo de líderes cristãos enviou uma carta à organização do Campeonato Inglês para expressar sua preocupação com a disputa de partidas no domingo de Páscoa, e pediu que o Governo que aplique ao futebol a lei que impede a abertura dos grandes supermercados nesse dia.

A Premier League argumentou que adiou o começo dos jogos para minimizar os problemas (bloqueio de ruas e segurança) e permitir que os fiéis fossem à missa.

Obsessão pelo dinheiro gerou crise, diz arcebispo de York
O arcebispo de York, John Sentamu, afirmou neste sábado que a crise financeira era inevitável, em razão da obsessão da sociedade pelo dinheiro.

Em mensagem de Páscoa publicada pelo jornal “Daily Telegraph”, Sentamu, segundo clérigo mais importante da Igreja da Inglaterra depois do arcebispo de Canterbury, criticou os banqueiros por sua cegueira diante do que acontecia nos mercados desregulados.

Na opinião do religioso, os responsáveis pelos bancos deveriam ter levado em conta as palavras de Thomas Jefferson – terceiro presidente dos Estados Unidos -, que disse que os bancos sem regulação têm o poder de “destruir pessoas, comunidades e nações”.

“Como sociedade, nossa perseguição coletiva pelo dinheiro obteve sua recompensa e o colapso era inevitável”, assinalou o arcebispo de York.

“Realmente acreditávamos que as taxas de juros, os preços das casas e as ofertas de hipotecas continuariam aumentando sem limites, como um malabarista que acrescenta mais e mais bolas a sua atuação, mas continua tendo somente duas mãos para agarrar todas?”, perguntou Sentamu. EFE

Fonte: G1 e EFE

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