Uma série de ataques a cristãos coptas no último ano na cidade de Alarixe, no Egito, causou uma fuga em massa do local. Isso aconteceu principalmente após serem emitidos alertas de “saiam ou morram” por membros do Estado Islâmico.
A informação foi dada pelos familiares de Bahgat William Zakhar, de 40 anos, morto pelo grupo enquanto deixava uma clínica veterinária no subúrbio de Alarixe, capital da província de Sinai do Norte.
“Alarixe não é um lugar ruim. Nós vivíamos em paz com nossos vizinhos muçulmanos. Meu pai era veterinário e tinha bom relacionamento com amigos e colegas muçulmanos”, conta o filho de Zakhar, Marqos, de 17 anos.
A mãe de Marqos, Fawziya, explica que as coisas mudaram com a chegada de imigrantes palestinos. “Eles têm uma visão muito rigorosa do islã”, disse.
Os recém-chegados espalharam panfletos avisando aos cristãos que deixassem a cidade ou morreriam. A partir de então as mortes começaram. Zakhar foi um dos primeiros.
“Era um domingo e meu marido acordou cedo para ir à igreja. Depois, foi trabalhar na clínica veterinária”, Fawziya conta.
Marqos afirma que um dos amigos muçulmanos do pai testemunhou o ataque: “Ele falou que dois jovens mascarados entraram na farmácia e arrastaram meu pai para fora. Mandaram que se ajoelhasse na rua, colocaram duas armas na cabeça dele e disseram para se converter ao islamismo. Mas quando negou com a cabeça, eles o mataram”.
Zakhar foi morto por integrantes do grupo afiliado do Estado Islâmico, ‘”província do Sinai”, que busca impor sua interpretação radical do islã em todo Sinai do Norte. Para isso, criou uma força policial moralista, ou Hisbah, para aplicar leis severas contra determinados comportamentos, como fumar, homens fazerem a barba ou mulheres mostrarem os rostos.
A família de Zakhar foi para Ismaília, uma cidade a 200 km de Alarixe, no Canal de Suez. Na nova casa, uma grande foto dele está pendurada. “Tenho orgulho do meu pai por manter sua fé até o último momento”, concluiu Marqos.
Fonte: Portas Abertas