Um tribunal americano condenou nesta quinta-feira um ativista antiaborto à prisão perpétua pelo assassinato no ano passado de um médico que fazia abortos.

Scott Roeder, de 52 anos, disse que matou o médico George Tiller em uma igreja em Wichita, no Estado do Kansas, para salvar as vidas de bebês que ainda não nasceram.

Tiller era um dos poucos médicos nos Estados Unidos que fazia abortos em estágios avançados de gravidez.

O juiz no tribunal do condado de Sedgwick, Warren Wilbert, decidiu que Roeder não poderá pedir liberdade condicional nos próximos 50 anos.

O juiz disse que decidiu dar a sentença máxima porque Roeder confessou ter perseguido Tiller por meses.

Roeder também recebeu uma sentença de dois anos de prisão por ameaçar dois porteiros na mesma igreja onde matou Roeder.

Nenhum arrependimento

Em um pronunciamento no tribunal, Roeder disse que não se arrependia de matar Tiller.

“Eu o impedi, para que ele não pudesse destruir mais um bebê inocente”, disse Roeder. “Wichita é um lugar mais seguro para bebês não nascidos sem George Tiller.”

O advogado da família de Tiller, Lee Thompson, disse que o assassinato foi um ato de “terrorismo doméstico” contra um homem “dedicado que acreditava firmemente nos direitos das mulheres”.

“Ele respeitava e confiava nos direitos das mulheres para tomar as suas decisões”, disse Thompson. “Ele deu sua vida pelo direito das mulheres.”

A clínica de Tiller era uma de apenas três nos Estados Unidos que oferecia abortos depois de 21 semanas de gravidez, o que é legal no Estado do Kansas.

Sua clínica tinha um forte esquema de segurança desde 1986, quando houve um atentado à bomba. Tiller também sobreviveu a um atentado em 1993.

Fonte: BBC Brasil

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