A ordem de fechamento da Igreja Internacional da Promessa foi cumprida esta semana por fiscais do Departamento de Controle Urbano da Prefeitura de Santo André.

A direção da igreja tentou impedir que o salão onde eram realizadas consultas espirituais fosse lacrado, ingressando com um pedido de regularização junto à administração municipal na manhã desta quinta, mas o pedido foi indeferido. A igreja foi fechada por falta de alvará de funcionamento.

A igreja funcionou normalmente quinta-feira até as 14h30, horário em que a fiscalização chegou. A equipe de reportagem Diário tentou acompanhar o trabalho dos fiscais, mas foi impedida pelo bispo Carlos Roberto de Miranda e por uma dirigente da igreja, que não se identificou. “Eu já fui perseguida demais por vocês. Não quero mais falar nada”, disse a mulher. Aos gritos, ela mandou os repórteres irem atrás de matérias sobre o PCC (Primeiro Comando da Capital) e disse que processaria o jornal.

O lacre da Prefeitura foi colocado numa porta intermediária entre a rua e o salão da igreja. Segundo os fiscais, o bispo Carlos Roberto de Miranda tentou argumentar, pedindo para esperar a presença do advogado da organização antes do fechamento, mas concordou em assinar o auto de fechamento sem qualquer resistência. A operação foi descrita como “tranqüila” pela equipe do Departamento de Controle Urbano. “Fomos bem tratados pelo bispo e pelas outras pessoas”, afirmou o fiscal Sílvio Ramos, responsável pela operação da Prefeitura.

Apesar do fechamento, a igreja pode recorrer da decisão da administração municipal. Caso saia vitoriosa, poderá reabrir as portas no mesmo endereço. Como o fechamento se deu unicamente devido à falta de alvará de funcionamento, não há impedimentos jurídicos para que a Igreja Internacional da Promessa reabra em qualquer outro lugar que não seja o endereço interditado.

A interdição de ontem só impede a igreja de permanecer aberta ao público. Não houve a necessidade de desocupação do prédio e retirada dos móveis usados pela entidade. O processo 1.154/04, que corre na 1ª Vara Criminal de Santo André acusando o bispo Miranda de estelionato, permanece em andamento e sem definições.

Denúncias não param

Expulsa da igreja, a equipe do Diário permaneceu na calçada em frente ao templo esperando o fim dos trabalhos da fiscalização. Nesse período, de cerca de 20 minutos, comerciantes da rua Carlos de Campos se aproximaram para fazer novas acusações contra os componentes da igreja. “Vocês deveriam ter aparecido aqui nas noites de sexta-feira. O pessoal da igreja fica ali (apontando um bar ao lado do centro religioso), e faz piada dizendo que precisam aumentar o valor do dízimo para comprar uísques melhores”, disse uma vizinha. No bar indicado pela comerciante, um lojista confirmou a informação e acrescentou. “Eles fazem os fiéis comprar televisores a prazo para doação e vendem por aí. Contam isso no maior bom humor aqui”, relatou.

Fonte: Diário do Grande ABC

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