O livro mais vendido do mundo também é no Brasil. E este ano alguns fatores contribuíram para aumentar a distribuição de Bíblia no País – além do constante crescimento da população evangélica, ainda teve a vinda do papa, que levou muitos católicos às livrarias em busca do livro sagrado.

O quanto, de fato, o Brasil vende em bíblias fica somente nas estimativas. Isso porque, desde 2003, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) não fornece mais dados deste mercado isoladamente, mas de todo o segmento de livros religiosos. Estas estimativas apontam uma venda anual de 8 milhões de exemplares, com um crescimento médio de 10% neste ano, segundo as editoras consultadas pela Gazeta Mercantil.

A Editora Canção Nova, por exemplo, até o ano passado não editava bíblias. Numa parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que tem a Edições CNBB, lançou sua primeira Bíblia ao preço de R$ 18. Resultado: já está na sexta edição, com 200 mil exemplares comercializados. “A meta era conseguir vender uma Bíblia mais barata para que mais gente pudesse tê-la”, diz a gerente editorial, Iara Rosa. A Canção Nova é uma comunidade católica.

Iara conta que ainda foi lançada uma versão infantil, a preço de R$ 35. Esta já teve 40 mil exemplares vendidos, também no período de um ano. Os livros da Editora Canção Nova estão também em livrarias convencionais.

O diretor-presidente da Editora Ave-Maria, o Irmão Hely Vaz Diniz, concorda que a maior variedade de materiais de impressão e edição final da Bíblia também atraem. “Hoje temos 25 modelos diferentes de encadernação”, explica. A editora, que como o próprio nome faz referência, trabalha com produtos católicos, informa que a expectativa é encerrar com vendas 15% maiores neste ano. “Vamos ficar acima da média. A vinda do papa ajudou a vender mais bíblias.”

Entre livros religiosos e Bíblias, Diniz diz que a Ave-Maria deverá vender 1,2 mil unidades em 2007, sendo cerca de 600 bíblias. “Em geral, as vendas de bíblias crescem 10% ao ano para a Ave-Maria”, conta.

Enquanto a sazonalidade de venda de bíblias para os católicos ocorre em setembro, para os evangélicos este mês é dezembro. Ainda segundo Diniz, na Ave-Maria as vendas em setembro chegam a dobrar. Lembrando que a Bíblia católica é diferente da evangélica. Enquanto a católica tem 73 livros, a evangélica conta com sete a menos – estes foram descobertos à época da Reforma Protestante, mas não foram aceitos pelos evangélicos.

No próximo ano, outro fator deverá ajudar na distribuição de bíblias. Isso porque a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) anuncia este mês, em evento no Rio, que 2008 será o “Ano da Bíblia”. “Vamos realizar uma série de eventos em todo o País para estimular a leitura”, conta o secretário de ação e comunicação social da SBB, Erní Seibert. Organizações cristãs em geral foram convidadas a apoiar o movimento, que pela primeira vez será realizado no Brasil.

A Associação dos Editores Cristãos (ASEC) reúne 65 editoras voltadas para o segmento religioso. Diz Whaner Endo, diretor- executivo, que juntas elas comercializam quase 7 milhões de bíblias ao ano, o que representa um faturamento de R$ 110 milhões. “A variedade tem ajudado”, pontua Endo.

Fonte: Gazeta Mercantil

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