O cardeal Joseph Zen se reuniu recentemente em Roma com o Papa Bento XVI, de quem ouviu um pedido para aumentar seus esforços para restaurar os laços diplomáticos entre a China e o Vaticano, afirmou hoje à imprensa de Hong Kong.

Zen, em declarações ao jornal “South China Morning Post”, comentou sua viagem a Roma, em 27 de setembro. O Papa, contou, pediu a ele um maior papel na atual estratégia diplomática para recuperar os laços com Pequim, rompidos desde 1951.

O real papel de Zen ainda precisa ser definido. Mas ele explicou que provavelmente será responsável por um contato com as comunidades católicas da China, além de prestar assessoria direta à Santa Sé sobre como se restaurar os laços.

Vaticano e China não mantêm relações diplomáticas desde o início da década de 50, quando o Papa Pio XII excomungou dois bispos nomeados pelo Governo chinês, que por sua vez expulsou do país o Núncio apostólico.

Para restabelecer laços, a China exige que o Vaticano rompa relações com Taiwan e deixe de “interferir” nos assuntos internos da China, inclusive a nomeação de bispos.

Zen pretende deixar o cargo de bispo de Hong Kong para poder se concentrar nas negociações diplomáticas.

Sua reunião com Bento XVI foi a primeira desde que se tornou cardeal, em abril. A nomeação foi interpretada como uma forma de o Papa mostrar que a “recuperação” da comunidade católica chinesa é um dos principais objetivos de seu pontificado.

O Governo chinês obriga a comunidade católica do país a freqüentar a Igreja Patriótica. A instituição é diretamente subordinada ao Partido Comunista e não reconhece a autoridade romana, embora conceda ao Papa uma certa liderança espiritual.

A Igreja Patriótica conta com 5,2 milhões de fiéis. Outros 12 milhões de católicos chineses reconhecem a autoridade do Papa, numa situação semiclandestina, às vezes tolerada e outras perseguida.

Este ano, os esforços diplomáticos pareciam ir bem. Mas, em abril e maio, a Igreja Patriótica nomeou três bispos sem a aprovação do Vaticano, o que causou fortes tensões e foi considerado um passo atrás.

Fonte: EFE

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