A Polícia filipina anunciou hoje a detenção de quatro pessoas na investigação do assassinato do bispo cristão Alberto Ramento e anunciaram que o motivo foi um roubo, embora os partidos de esquerda rejeitem a versão e garantam que o crime teve motivação política.

Alberto Ramento, bispo da cristã Igreja Filipina Independente (IFI) conhecido por denunciar os assassinatos políticos no país, foi assassinado há dois dias num templo em Tarlac, 150 quilômetros a norte de Manila.

O diretor da Polícia Nacional, Oscar Calderón, disse que os detidos são criminosos comuns. Eles confessaram que mataram o bispo quando foram surpreendidos roubando a casa paroquial da IFI, grupo religioso filipino que há mais de um século se separou da Igreja Católica.

Calderón afirmou que a Polícia encontrou dinheiro, vários telefones celulares e aoarelhos de DVD na casa de um dos suspeitos.

Segundo os investigadores, isso prova o roubo com homicídio.

“A recuperação da evidência é o maior sinal de que se trata de um latrocínio, e que não importou o fato de a vítima ter sido o bispo Ramento”, disse Calderón.

A versão já foi questionada por partidos políticos como o Bayan Muna (Povo Primeiro). Para os dirigentes esquerdistas, o assassinato do bispo, que foi esfaqueado, tem a ver com suas denúncias da onda de assassinatos políticos no país desde 2001.

Ramento era o presidente do Supremo Conselho de Bispos da IFI e membro do Karapatan, grupo de defesa dos direitos humanos. Segundo o órgão, o religioso tinha recebido ameaças de morte de indivíduos que poderiam estar ao serviço do Exército.

O Bayan Muna e o Karapatan dizem também que o assassinato é uma mostra da incompetência da Comissão Melo, estabelecida pelo Governo para esclarecer os mais de 700 assassinatos políticos ocorridos no país desde 2001, ano da chegada ao poder da presidente Gloria Macapagal Arroyo.

Entre as vítimas há mais de 100 membros do Bayan Muna, além de ativistas de esquerda e sindicalistas. As organizações responsabilizam o Exército, que por sua vez culpa a guerrilha comunista do Novo Exército do Povo.

Fonte: EFE

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