A polícia paquistanesa prendeu neste domingo, 8, dois católicos de Faisalabad, acusados de terem queimado páginas do Alcorão. A prisão foi efetuada mesmo sem testemunhas oculares ou provas concretas do delito.

Antes da detenção, um grupo de aproximadamente 500 muçulmanos foi até a casa dos acusados, James e Buta Masih, ambos de 70 anos, para linchá-los. Os manifestantes os acusavam de blasfêmia. Graças à intervenção da polícia nada aconteceu aos dois católicos.

Khalil Tahir, advogado de defesa dos dois cristãos, explicou à agência AsiaNews, que a policia não os levou nem mesmo diante do juiz da comarca, por medo de um ataque da parte dos extremistas islâmicos.

O artigo 295 inciso B do Código Penal paquistanês – que rege a lei sobre a blasfêmia – diz que aquele que profanar os textos sagrados do Islã deve ser preso ou, em alguns casos, condenado à morte.

Pe. Yaqoob Yousaf, um sacerdote local, contou à AsiaNews que “a filha de James Masih, Nargis, trabalha como doméstica na casa de muçulmanos. O seu patrão lhe deu algumas coisas para jogar no lixo e ela as levou para seu pai, com a intenção de aproveitar algo”.

“Depois de terem feito a seleção das coisas que serviam – explica o sacerdote – levaram o resto para ser queimado no quintal da casa. Como são analfabetos e ignorantes, mesmo se tivesse queimado paginas de um livro sagrado não teriam culpa nenhuma”.

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O bispo de Faisalabad, Dom Joseph Coutts, disse à mesma agência que “estes incidentes demonstram o quanto os cristãos são vulneráveis no Paquistão muçulmano”. “Pagamos um preço muito alto – continua o prelado – mesmo se acontecem ofensas não intencionadas, feitas sem má fé”.

Dom Joseph Coutts, conclui pedindo “à comunidade internacional que reze por estas duas pessoas, pelas suas famílias e pelos seus advogados. Recordamos também Shahid Masih, preso com base em mentiras e por isso ainda na prisão”.

Fonte: Rádio Vaticano

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