Pequim solicitou a Washington que cancele a cerimônia de entrega da Medalha de Ouro do Congresso americano ao Dalai Lama, marcada para o dia 17 de outubro, informou nesta segunda-feira a agência oficial “Xinhua”.

O reconhecimento ao Dalai Lama e a presença de líderes americanos na cerimônia “pisoteia seriamente as normas das relações internacionais, fere os sentimentos do povo chinês e é uma forte interferência nos assuntos internos da China”, disse o porta-voz do Ministério de Exteriores, Liu Jianchao.

“A China se sente profundamente ofendida e se opõe completamente. Solicitamos aos Estados Unidos que corrijam o erro, cancelem seus planos e deixem de se intrometer nos assuntos internos chineses”, acrescentou.

Liu afirmou que o Tibete é uma parte inalienável do território chinês e que Pequim se opõe absolutamente a idéia de que outro país ou outro povo utilize a figura do Dalai Lama para exercer influência em seus assuntos internos.

“As palavras e as atitudes do Dalai Lama em todos estes anos mostraram que ele é um refugiado político que tenta separar o país em nome da religião”, disse Liu.

No último dia 11, a Casa Branca anunciou que o Congresso dos Estados Unidos agraciaria o Dalai Lama com a Medalha de Ouro no próximo dia 17 e, apesar da oposição de Pequim, o presidente americano, George W. Bush, assistirá à cerimônia e se reunirá, um dia antes, com o líder religioso.

A China também expressou sua forte oposição ao encontro do Dalai Lama e com a chanceler alemã, Angela Merkel, que ocorreu em Berlim, em setembro.

Por este motivo, Pequim anunciou no último domingo que cancelará as conversas sobre direitos humanos programadas para dezembro entre China e Alemanha, embora a porta-voz do Ministério de Exteriores Jiang Yu tenha se negado a dar mais detalhes sobre as razões que levaram a esta decisão.

Fonte: Folha Online

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