O etólogo e biólogo britânico Richard Dawkins disse ontem no Brasil, onde participa da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que a religião “é a justificativa para fazer coisas terríveis, como assassinatos ou terroristas suicidas”.

Dawkins argumentou, no entanto, que não acha que as pessoas religiosas sejam “más”, e inclusive “muitas de suas ações são motivadas pelo desejo de fazer o bem”.

Autor de livros como “Deus, um Delírio” e “O Gene Egoísta”, o cientista disse, em entrevista coletiva, que a falta de informação é um dos principais motivos para que as pessoas recorram à fé religiosa.

“Acabo de retornar do Pantanal e fiquei deslumbrado com tanta beleza”, disse Dawkins, acrescentando que, “se não conhecesse Darwin, ajoelharia e diria que isso é obra de Deus”.

Firme defensor das teorias evolucionistas e do livro “A Origem das Espécies”, obra de Charles Darwin que este ano completa 150 anos, disse que este livro “é o mais importante da história, porque consegue resolver o maior mistério da vida: por que somos o que somos”.

“É um livro que não foi devidamente reconhecido por causa da ignorância e porque a religião quer fornecer explicações preparadas para mentes mais ingênuas”, acrescentou o cientista.

Dawkins, reconhecido ateu e humanista, lembrou sua recente participação em uma campanha a favor do ateísmo através de inscrições nos ônibus de Londres nas quais se podia ler “Deus provavelmente não existe. Então, pare de se preocupar e vá aproveitar sua vida”.

Neste sentido, mostrou-se partidário em utilizar um termo mais “amigável” para definir os ateus e evitar “os preconceitos existentes”.

Dawkins defendeu como uma possibilidade a palavra inglesa “bright”, cuja tradução literal seria brilhante ou inteligente, e que já é utilizada por algumas correntes do ateísmo.

A sétima edição da Flip termina no próximo domingo.

Fonte: Terra

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