Certas faltas de compreensão entre os cristãos religiosos (especialmente evangélicos pentecostais ou neo-pentecostais) — são sempre de impressionar pela eterna imaturidade e estado de imbecilização mental.
Na realidade me assusta sempre ver que as pessoas se dizem crentes em Jesus, mas tanto não conhecem os evangelhos (não os lêem mesmo!), como também nada sabem acerca do significado do que Jesus veio fazer. São pagãos de mente, mas falam em nome de Jesus o tempo todo, como mágica devota e proteção supersticiosa. Brigam pela Bíblia, mas não a conhecem. E o que dela sabem vem da interpretação frequentemente tresloucada ou corrompida que outros fazem e apresentam. O que Jesus disse, pouco importa. A impressão que se tem é que até Jesus ficou “reverentemente obsoleto” para eles. Ou seja: Jesus é o Pelé da fé; mas depois “dele” muita coisa mudou; e hoje os tempos são outros.
Assim, por Jesus tem-se carinho e respeito na hora que o bicho pega dentro da “igreja”. Mas se tudo estiver sob controle, o que vale é o ensino do “novo mover”, do novo profeta, do apostolo da moda, ou a empolgação de um novo modelo. Em um país de IURDS famigeradas; de franquias de cura e exorcismos; de cursos de libertação cobrados; de gente que confessa o nome de Jesus, mas que crê muito mais na “tia libertadora”; que dá dinheiro para os exploradores e ainda fica zangada quando o mal é descoberto; que não cansa jamais de apoiar o engano do falso profeta, e de se insurgir contra quem prega a Palavra — não há nada mais a dizer se não “Sejam infelizes no engano!” Num país no qual os falsos profetas, apesar de Mateus 7: 22-24, são tratados como gente de Deus em razão de milagres e exorcismos, não há lugar para a advertência de Jesus quanto ao fato que por fora se vestem de ovelhas, mas por dentro são lobos e mercenários roubadores. Sim! O que se pode dizer? A esses digo: Infelizmente não é possível ser feliz no engano! Podem tentar. Podem fazer campanhas. Podem dar o dinheirinho em barganhas sem fim. Podem idolatrar seus apóstolos e bispos. Podem até viver no templo como Samuel.
Mas, ainda assim, jamais serão felizes. E por quê? Ora, é que eles ouvem a verdade como acusação; olham o Evangelho como algo obsoleto; vêem a Graça como bobagem de gente que “não se garante com Deus”; falam de Deus com o nervosismo de quem fala do diabo; e tratam o diabo como o poder que somente a Deus se deveria atribuir. O que lhes vale é apenas o guru que lhes “libera” a palavra de libertação e lhes dá a “cobertura” de proteção espiritual, sem a qual ficam sujeitos ao diabo e às maldições — tanto as do diabo, como também, eventualmente, as do líder zangado, no caso de ser abandonado por alguma ovelha que abra os olhos. Então, que fazer? Sim! Que povo é esse? Que gente é essa? E o que sobrou do Evangelho neles? Eu sou evangélico demais para ser ainda “evangélico”. Deixei de sê-lo quando ainda era “presidente da AEVB”, em 1994. Aguardei de todo o coração que meu mandato acabasse, pois, dali eu estava pulando fora (não da AEVB, que tinha muita gente boa; mas do que ela deseja representar). Ora, isso já faz dez anos; e de lá para cá minha certeza de ter feito o que deveria naquele particular, apenas se aprofundou em mim.
Evangélico é o que se deriva do Evangelho. Portanto, evangélico é aquilo que carrega o conteúdo do Evangelho, tanto como ensino, como em espírito, em modo de ser, de ver, de ouvir, de sentir, e de se manifestar. Hoje, infelizmente, a “igreja evangélica” é católica-pré-reforma-ex-protestante; é a casa da escuridão; é o lugar dos medos; é a hospedaria da santa inquisição psicológica; é a morada dos espíritos da mentira; é o covil dos enganadores mais puníveis da terra; é a praça das falsas aparências; é o jardim dos loucos que vendem lucidez desconhecida; é o templo dos homens deuses; é a oficina na qual “Deus” é concertado pelos mecânicos da teologia ou dos novos moveres; é a guardiã das doutrinas dos homens; é a maior criadora de fantasias sobre a realidade… É macumbogélica! É casa mal assombrada! Dentro dela está cheio de gente boa, e também de gente boba! A minha dor é ver que muitos enxergam, mas, ainda assim, não querem ser curados! Se alguém perceber que essa é uma palavra de amor doído, e se puder ver que há verdade em tudo o que aqui digo, então, se quiser, venha, pois a jornada não acaba com os “evangélicos”. Ela começa no Evangelho! Afinal, não somos nem de homens e nem de movimentos históricos perecíveis, mas somos gente da Nova Jerusalém, da Assembléia dos primogênitos arrolados nos céus; e somos gente da Nova Aliança; e do sangue de Jesus; e da incontável hoste de anjos; e da nuvem de testemunhas; e da afinidade com o testemunho de todos os justos que amaram a Palavra para além da própria vida. Escolha se você é evangélico ou “evangélico”.
No papel a diferença são “aspas”. Mas na vida a diferença é entre vida ou morte, paz ou angustia, serenidade ou neurose, proteção ou paranóia, alegria de Deus ou pânico do inferno! Não dá para por remendo de pano novo em vestes velhas. Não dá para tentar brincar com o vinho novo colocando-o no couro envinagrado dos odres velhos da religião do medo, do abuso e da exploração. Não dá para ser “evangélico” e ser evangélico. Essas aspas são mais largas que a Terra. Digo isto por amor a Jesus! É em nome Dele que falo. E sei que Nele tenho o amém em tudo o que aqui digo!
Com a certeza da paz,
Caio