Eu não tenho nada a ver com “Jesus”, mas somente com Jesus conforme aprendi nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João.
Nenhum outro Jesus me interessa.
Não me interesso pelo Jesus dos evangelhos de Maria Madalena, Tomé ou de Judas Iscariotes, por exemplo.
Leio os evangelhos chamados apócrifos com a minha melhor mente. A cada nova disponibilidade de texto punha-me e ponho-me logo à busca de lê-los.
Neles gosto de coisas aqui e ali, mas são apenas gostos que se fundamentam no fato de que aquela dita coisa acerca de Jesus se pareça com os que os Quatro Evangelhos digam. No mais, sinceramente, o resto me parece apenas um monte de bobagem antiga, ungida com a unção da arqueologia bíblica.
É o mesmo que sinto com a versão do Jesus do Cristianismo!
Sim, pois o Jesus apresentando nos Quatro Evangelhos não tem nada a ver com Jesus Segundo Constantino e seus teólogos fazedores de ídolos de “Credos”.
O Deus Anatomizado e cujo DNA foi destrinchado nas Sumas Teológicas e nas Dogmáticas e nas Sistemáticas da Igreja de Constantino [o Cristianismo] — me é tão tolo e feio que não gosto de olhar para elezinho, coitado.
Sim, o Deus Anatomizado e cujo DNA foi destrinchado nos Necrotérios de Constantino – é tão infantil e meninão que me dá vontade de dizer a ele: Cresce Homem! Me é tão substancia e tão nada que se me torna menos interessante do que a Física e o Estudo do Cosmo. Me é tão um Deus de Vitrine que não compro dele coisa alguma.
No processo histórico gosto de muita gente dentro desse engano. Gente boa de Deus, que, apesar de tudo, fez o melhor do que tinha, pôde e viu.
No entanto são poucos os que me inspiram hoje a qualquer coisa.
E os que mais admiro no meio dessa turma histórica, em geral não são os que mais pensaram, mas os que mais amaram e se deram em obras factuais.
Quando a viagem chega aos Protestantes, é claro que tenho grande carinho pelos irmãos Lutero e Calvino. Fizeram o melhor que puderam com a luz que tinham e nos tempo em que viviam.
A desgraça foi terem feito deles Pedro e Paulo de uma nova era: a Era Protestante.
E mais: a desgraça também foi que eles, mais Calvino que Lutero, que era mais pragmático nas implicações da fé, ainda trabalhavam com os critérios interpretativos herdados pelos Pais da Igreja influenciados pelos “Credos” de Constantino e pelas “ferramentas hermenêuticas” dos gregos.
Então, para mim, o movimento Protestante se tornou apenas o forjador de uma nova moral, de uma nova religião cristã e de um novo modelo econômico e social, o capitalismo.
Somente isto e nada além disto!
Quem me dá razão é a História!
Como tenho dito em muitos lugares, e ultimamente no livro “Sem Barganhas com Deus” [sem demérito ao esforço e à paixão dos que se deram por amor no e pelo Movimento Reformado], no fim o Protestantismo é apenas um Catolicismo que fez Dieta teológica, hierárquica, litúrgica e simbólica.
Sim! Pois, afinal, é apenas uma Reforma; ou seja: uma tentativa de botar remendo de pano novo em vestes velhas.
Era natural que com o tempo as vestes se rasgassem e o odre rebentasse ante o destempero do vinho quase novo que nele foi posto.
O fato é que essas obviedades que aqui digo soam heréticas ou caretas para muita gente.
Soam heréticas para os que amam a Reforma Protestante ou o Catolicismo.
Soam caretas para os que amam os esoterismos do Evangelho de Tomé, o feminismo do Evangelho de Maria Madalena, e o resgata de Judas pela via da traição solicitada por Jesus, o que teria feito dele o Grande Apóstolo de Cristo.
Entretanto, pergunto a você:
Você de fato acredita que apenas porque uns carinhas se reúnem e dizem “como Deus é” que seja de Deus mesmo que eles estejam falando ou Deus mesmo que eles estejam definindo?
Você de fato crê que Deus, Deus mesmo, esteja sendo apresentado nesses tratados escritos por teólogos, no passado, ou pelos doutrinadores do presente?
Você realmente crê que sendo Jesus conforme os Quatro Evangelhos o apresentam, Ele possa ter alguma coisa a ver com toda essa loucura e estelionato que fazem com o nome Dele; sim apenas por que o suposto nome que o apelida na História esteja sendo “mencionado”?
Você se apresentaria a Policia apenas porque ouviu no “Jornal Nacional” o nome de um homônimo sendo mencionado como tendo assassinado alguém porque a pessoa deixou de dar o dizimo?
Se você não se apresentaria por saber que o nome era o mesmo, mas que a pessoa não é você — por que então você crê que mesmo não sendo de Jesus que se fale nos lugares, mas apenas se mencione o seu apelido, que, por tal razão, Ele mesmo se apresentaria?
Você acha que Jesus está preso à construção cabalística das letras J.E.S.U.S.?
Você acredita que essas cinco letras juntas, nesta seqüência de J.E.S.U.S., obriguem Jesus a se apresentar mesmo que o que Dele se esteja dizendo não tenha nada a ver com Ele?
Você realmente acredita que um prédio que leve o nome de “igreja” é a casa de Deus?
Você de fato crê que o Senhor de todas as coisas e mundos, não tem povo na terra se não acontecer em um lugar com funções determinadas pelas hierarquias de poder herdadas da administração publica do mundo grego, como presbíteros, diáconos e Superintendentes, ou seja: bispos?
Você acredita em culto?
Acredita que quando certo hino toca e o louvor começa e o pastor prega, que isto é culto?
Você crê que culto é o que acontece quando um monte de gente canta junto usando o nome Jesus?
Você acredita que orações de pastor, de bispo e de apostolo são mais importantes que as suas preces?
Você acredita que a ordenação com imposição de mãos de homens é o poder que cria um pastor ou qualquer coisa?
Você realmente crê que o Senhor, o Criador dos fins da terra, Aquele que não se cansa e nem se fatiga, de fato leve a sério uma reunião de Presbitério, cheia de politicagem, de armações, de mentiras e de calunias?
Você realmente acredita que existe diferença entre artista gospel e uma Fafá de Belém?
Sim! Me diga: você acredita nessas coisas?
Por exemplo: você acredita que se você não estiver indo ao lugar do “culto” você está longe de Deus apenas por esta razão?
E mais: se é assim, me diga: é o seu Deus maior ou melhor do que o diabo?
Por isto, digo: Eu só conheço Jesus pelos Quatro Evangelhos!
Sei o que a “rapaziada” falou e fala supostamente Dele, e, por vezes, Dele mesmo, nesses dois mil anos.
Mas é fala de uns acerca Dele, não é a fala Dele sobre uns e acerca de todos!
Para mim, saber o que os outros disseram é apenas cultura. Mas saber e crer no que Ele disse e diz, é Vida.
Com o passar dos anos os Quatro Evangelhos foram saindo da Bíblia e foram se mudando para dentro de mim. Do mesmo modo Jesus deixou de ser minha inspiração de leitura e busca de prática na vida, e passou a viver em mim, como se a História dos Evangelhos acontecesse todos os dias na minha vida.
Hoje leio o Evangelho escrito no meu coração e cada vez menos nas páginas do livro.
Não que eu não leia o livro. Aliás, leio-o muito mais, a questão é que o livro anda em estado de ditado o dia inteiro em minha mente.
Sim! O Evangelho foi virando sangue e transe!
E mais:
Minha decisão é radical…
Já faz tempo que não leio mais ninguém que fale de Jesus conforme o Cristianismo.
Também não tenho mais nenhuma paciência com a Academia Teológica ou com o ambiente Masturbatológico, posto que apenas seja apenas Mais Turba Teológica.
Sim! Minha ruptura é radical e muito bem pensada, há muitos anos.
Não estou aqui de gaiato…
O que desejo é promover uma ruptura radical ao ponto de que não nos sobre outro interesse a não ser na simplicidade de Jesus no caminho…
E mesmo quando leio os apóstolos do NT, sempre os leio buscando ver amparo para cada coisa que digam no Jesus dos Quatro Evangelhos. O que passa no teste, fica; o que não passa, guardo apenas como um aplicativo circunstancial que eles fizeram da fé, nos limites da compreensão histórica que tinham, mas não adoto a circunstancia como revelação perene.
Ou seja:
O que estou dizendo é que Jesus, Ele mesmo, Encarnado, é tudo!
E mais: digo também que Pedro, Paulo, João, Judas, Tiago ou qualquer outro autor, incluindo, sobretudo, o livro de Atos, estão sob Jesus em Seu modo de ser, amar, interpretar e escolher… Se houver coerência, fica; se não houver, sai. Foi isto que Jesus ensinou e os apóstolos reafirmaram.
Assim, chamem-me de herege!
Afinal, minha heresia é Jesus; sem necessitar de nada mais que não seja Ele apenas!
Fiquei primeiro sabendo Dele pelos Quatro Evangelhos. Mas, como disse, depois de um tempo, Ele mesmo se formou em mim… E não cessa de continuar se formando em mim.
Daí, tudo o que não combine com o que aprendi Dele nos Quatro Evangelhos e com o Espírito Dele em mim, e que é conforme a revelação acerca Dele que encontro nos Quatro Evangelhos — fica fora, sem apelo e sem discussão.
Estes são os meus fatos; e contra eles não encontro argumentos.
E mais; também não estou aberto a discussões.
Afinal, hoje, discutir Jesus comigo, sinceramente, é para mim tão ridículo e inaceitável quanto um estranho desejar discutir comigo sobre quem era o meu pai, que foi a pessoa a quem mais conheci até onde foi possível um homem conhecer outro homem.
Não sou candidato a nada!
Digo apenas o que creio.
Quem assim crer, venha; quem não crer, faça uma boa viagem!
Nele, que não discutiu o Caminho, mas apenas disse “Vem e Segue-me”, ou, ainda: “Vem e vê”,
Caio