Se você assistiu ao Esporte Espetacular depois da igreja ou ao Fantástico ontem à noite, quebrou uma campanha que vinha sendo divulgada por meses a fio nas redes sociais e na internet.
Parece que um tal pastor João Pedro foi quem iniciou o boicote com uma carta aberta circulando na internet. No e-mail, o pastor João Pedro alerta para um processo de “globodiabolização”, cujo principal objetivo é a destruição da família e da sociedade. E o pastor João vai mais longe ao afirmar que a Globo é “uma das principais ferramentas de satanás para a promoção da degradação moral”. A comunidade evangélica brasileira parece que logo adotou a campanha em peso, e até mesmo eu recebi diversas mensagens convidando para aderir ao boicote.
A primeira coisa que pensei foi: “mas logo no domingo? Logo no dia do Manhattan Connection?” Quem acompanha a coluna sabe que eu não sou nenhum fã ardoroso da Rede Globo. Minha esposa costuma dizer que o meu esporte predileto é falar mal da Globo. E de fato, motivos para críticas e questionamentos acerca da qualidade e conteúdo das programações da tal emissora não faltam; basta assiir a um capitulo qualquer de uma das muitas novelas que passam o dia todo para achar alguma coisa de mal gosto e de qualidade duvidosa. Mas, esse negocio de boicote não me agrada em nada.
Não me lembro de ninguém da comunidade evangélica propondo boicote à Rede Globo durante o Festival Promessas, no qual diversos cantores e bandas evangélicas estiveram se apresentando. Nem tampouco me lembro de falarem em boicote à Globo durante a Copa do Mundo de futebol, já que a emissora é a detentora dos direitos de transmissão. Por que escolheram logo um domingo, dia em que a maioria dos evangélicos estão (ou deveriam estar) na igreja? Se propuserem um boicote à Globo na final da Copa do Mundo do ano que vem ou no último capitulo da novela das 8, aí eu começo à levar mais à serio essa estória toda.
O que mais me incomoda é ver a mesma pasmaceira e falta de reflexão de sempre, ver o povo evangélico ser guiado por chavões, teologias de botequim e sensacionalismo barato. Duvido muito que uma campanha como essa tenha educado alguém. Aliás, parece que essa não foi a primeira vez; já tentaram fazer algo semelhante antes e a audiência da Globo no dia, foi maior do que a media…
Ao invés de se demonizar essa ou aquela emissora ou qualquer outra forma de entretenimento, os pastores deveriam estar mais preocupados em fornecer uma educação religiosa e doutrinária sólida para suas congregações, falar sobre os valores do Reino, os princípios Cristãos e deixar seus membros fazerem suas próprias escolhas. Além disso, boicotar a Globo e passar o dia falando mal da vida alheia, ou olhando porcaria na internet não adianta nada.
Um abraço,
Leon Neto