O julgamento em segunda instância do cardeal Philippe Barbarin começou hoje na França, oito meses depois de ter sido condenado por ter acobertado abusos sexuais, um caso que se tornou símbolo do silêncio da Igreja frente à pedofilia.

Philippe Barbarin, o mais alto dignatário da Igreja católica na França, reconhece ter cometido erros, mas nega sua culpa.

“Qual é a razão de sua apelação?”, questionou no início da audiência o presidente da corte de Lyon (centro-este), Eric Seguy.

“Não consigo entender do que sou culpado e pelo o que me reprovam”, respondeu o arcebispo de 69 anos, condenado em março a 6 meses de prisão com suspensão de pena por seu silêncio sobre os ataques pedófilos cometidos pelo padre Bernard Preynat nos anos 1980/1990 e sobre os quais ele havia sido informado por uma vítima em 2014.

Ele garante que antes de 2014 não sabia nada de concreto das ações de Preynat e que pode “dar os nomes de cerca de quinze famílias que sabiam e que agora se arrependem de não terem dito nada”.

Sabe-se que em 2010, Barbarin convocou Preynat para interrogá-lo sobre seu passado, antes de voltar a nomeá-lo para assumir uma paróquia.

Em março, após a condenação de Barbarin, o papa Francisco recusou sua renúncia, invocando “a presunção da inocência”.

Ele continua sendo arcebispo de Lyon à espera da decisão de seu julgamento em apelação.

Entretanto, deixou a gestão cotidiana a um administrador apostólico, Michel Dubost, por sugestão do papa.

Fonte: AFP

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