Pesquisadores descobriram que as pessoas que acreditam em um Deus benevolente tendem a se preocupar menos e serem mais tolerantes do que as pessoas que acreditam que Deus é um ser punitivo ou indiferente.

David H. Rosmarin e seus colegas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, destacam a urgência de que os profissionais de saúde mental integrem as crenças espirituais de seus pacientes na formulação dos tratamentos.

E, segundo eles, isso ainda é mais verdadeiro no caso de pacientes assumidamente religiosos.

[b]Religião e psiquiatria
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“As implicações desta pesquisa para o campo da psiquiatria é que nós temos que levar mais a sério a espiritualidade dos pacientes do que nós fazemos hoje,” afirma Rosmarin.

“A maioria dos psiquiatras está despreparada para conceitualizar como as crenças espirituais podem contribuir para o estado afetivo e, assim, muitos teimam em não integrar esse tema no tratamento de uma forma que seja espiritualmente sensível,” completa.

A pesquisa incluiu inicialmente entrevistas com cristãos e judeus.

As conclusões mostram que as pessoas que confiam que Deus olha por elas têm menores níveis de preocupação e menos intolerância com a incerteza em suas vidas do que aquelas pessoas que não acreditam que Deus virá ajudá-las.

[b]Deus para os judeus
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Um segundo estudo trabalhou diretamente com os adeptos do judaísmo, devido às tendências verificadas na primeira pesquisa.

Os voluntários participaram de um programa de duas semanas, no qual assistiam filmes e palestras voltados para aumentar a confiança em Deus e diminuir a desconfiança na ajuda de Deus.

Os resultados foram os esperados em relação à concepção de Deus – aumentando a confiança das pessoas no “ser supremo” – mas também resultaram em diminuições clínica e estatisticamente significativas na intolerância, na incerteza, nas preocupações e no estresse.

“Estas descobertas … sugerem que certas crenças espirituais estão intimamente ligadas à intolerância à incerteza e às preocupações para alguns indivíduos,” concluem os pesquisadores.
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Loucura[/b]

Eles destacam o fato de que, embora mais de 90% da população afirme acreditar em Deus ou em uma “força superior”, e cerca de 50% afirmar que a religião é muito importante em suas vidas, os médicos ainda não levam a espiritualidade em conta no atendimento aos pacientes.

“Isso é loucura,” diz ele. “Nós nem mesmo perguntamos. Nós não somos treinados para fazer isso. E isso é importante,” afirma, acentuando que não se trata de uma questão religiosa, mas de uma questão de saúde pública.

[b]Fonte: Diário da Saúde[/b]

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