Bandeira da Indonésia (Foto: Canva)
Bandeira da Indonésia (Foto: Canva)

O número de violações à liberdade religiosa na Indonésia cresceu novamente em 2017 e, pela primeira vez, agentes não-governamentais foram os piores agressores (64%), de acordo com o Jakarta Globe (jornal diário online em inglês na Indonésia).

No ano passado, 213 incidentes foram reportados – 4% a mais do que no ano anterior – de acordo com o relatório anual do grupo de direitos humanos Wahid Foundation, publicado este mês. Segundo o relatório, não foi feito o suficiente para essa tendência ser contida.

Ao mesmo tempo, houve 398 inciativas consideradas positivas referentes à liberdade religiosa em 2017, como por exemplo, a permissão para seguidores de fés tribais terem suas crenças reconhecidas nos cartões de identidade nacional.

O relatório também registrou 28 situações de politização da religião, a maioria deles relacionados ao caso do antigo governador de Jacarta, Basuki “Ahok” Tjahaja Purnama, enviado à prisão por blasfêmia no ano passado.

Yenny Wahid, diretor executivo da Wahid Foundation, disse que precauções devem ser tomadas antes das eleições do próximo ano. “Intolerância e politização da religião deixam marcas e memórias ruins; isso é algo que deve ser tratado ou poderá explodir”, disse ao sugerir a criação prévia de sistemas de alerta que diminuam incidentes agravados pela religião.

No mês passado, a Comissão de Direitos Humanos da Indonésia propôs diretrizes para evitar confrontos partidários na corrida eleitoral nacional do próximo ano. “A comissão está determinada a estabelecer normas que eliminem a discriminação racial e étnica durante a eleição presidencial em 2019 e outras votações”, disse Choiril Anam, membro da comissão.

A Indonésia, com uma população de 243 milhões de pessoas, tem a maior população muçulmana do mundo (87%), enquanto cristãos (9,9%) e hindus (1,7%) são as religiões minoritárias mais representadas.

Apesar disso, um relatório publicado no ano passado pelo grupo de advocacia Solidariedade Cristã Global descobriu que as minorias religiosas da Indonésia têm medo de que a reputação de nação de maioria muçulmana tolerante esteja comprometida com o crescimento da influência do islamismo radical na política e na sociedade.

Fonte: Missão Portas Abertas

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