Os iraquianos que sobreviveram ao atentado contra uma catedral católica siríaca de Bagdá durante uma missa, no dia 31 de outubro, participaram de uma celebração natalina especial neste domingo na França, para onde foram levados depois do ataque.

“Esta missa está sendo celebrada especialmente para os sobreviventes do ataque de 31 de outubro”, disse Elish Yako, líder da associação francesa que está ajudando os sobreviventes, durante o serviço religioso na igreja siríaca de Paris.

Cerca de 800.000 cristãos viviam no Iraque antes da invasão americana de 2003 que derrubou o ditador Saddam Hussein. Este número vem caindo desde então, e hoje calcula-se que haja apenas 500.000. Muitos fugiram em consequência das perseguições e ataques a templos e comunidades católicas.

“Todas as igrejas de Bagdá cancelaram a celebração da Missa do Galo por motivos de segurança” neste Natal, lamentou Yako.

“Toda vez que eu vou a uma igreja, lágrimas me vêm aos olhos. Esqueci os versos das rezas, até mesmo o ‘Pai Nosso'”, emocionou-se Mariam, de 65 anos, uma das sobreviventes que participou da missa em Paris.

Ela chegou à França no dia 8 de novembro com o filho, uma das 36 pessoas feridas no ataque que foram trazidas à França para receber tratamento médico.

Quarenta e quatro fiéis, dois sacerdotes e sete agentes das forças de segurança morreram no ataque à catedral siríaca de Bagdá, perpetrado por insurgentes ligados à rede terrorista Al-Qaeda. Sessenta pessoas ficaram feridas.

“Meu coração está lá, meus pensamentos estão lá, com as famílias que ficaram, que perderam seus entes queridos”, disse Mariam.

Segundo Elish Yako, cinco dos cristãos iraquianos que viajaram à França já retornaram a Bagdá, e seis ainda estão internados. Outros entraram com pedido de asilo no país.

A França anunciou que pretende trazer outros 93 cristãos do Iraque.

[b]Fonte: AFP
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