Cristãos na Índia (Foto: Portas Abertas)
Cristãos na Índia (Foto: Portas Abertas)

Quatro cristãos, inclusive a esposa de um líder da igreja, foram acusados de “ofender sentimentos religiosos” porque distribuíam folhetos cristãos na Páscoa no estado de Talangana, no sul da Índia.

Uma denúncia foi feita pelo líder do grupo local Hindu Jana Shakti, afiliado ao grupo nacionalista hindu Rashtriya Swayamsevak Sangh. Então os cristãos foram colocados em custódia pela polícia na capital do estado, Hyderabad, por volta das 17h30 no domingo de Páscoa.

Os cristãos Rayapuri Jyothi, 38 anos, Meena Kumari, 52, Mahima Kumari, 35 e Bagadam Sudhakar, 45, foram libertados sob pagamento de fiança na terça-feira, 3 de abril.

Jakkula Vinay Kumar, defensor do grupo Hindu Jana Shakti, alegou que um grupo de 20 a 25 cristãos entrou em uma favela na região de Dayarguda e tentou converter pessoas “não estudadas” ao cristianismo.

Mas o advogado cristão Sudheeer Kumar contou à Portas Abertas que a denúncia de Kumar só foi feita quando os cristãos já tinham ido à polícia para denunciar membros do Hindu Jana Shakti, que acusavam de tê-los ofendido quando eles distribuíam os panfletos.

Os cristãos tinham recebido permissão da polícia local para tal atividade, o que foi confirmado à mídia pelo oficial da polícia. Ele disse que os cristãos tinham sido autorizados a distribuir o material como parte de suas atividades de Páscoa.

Uma mulher que é membro da igreja relatou que quando eles estavam no final da atividade e quase voltando para a igreja, membros do Hindu Jana Shakti atacaram quatro cristãos.

“Eles agrediram fisicamente os jovens e maltrataram as mulheres, tentando aplicar nelas “vermillion” (um pó cosmético tradicionalmente usado somente por mulheres hindus casadas, que só os maridos podem aplicar nelas). Quando ela disse aos agressores que tinham permissão, eles tomaram a permissão da mão dela, gritando: “Você não conhece a lei?” Então rasgaram a permissão e começaram a bater em alguns jovens do grupo.

No boletim de ocorrência registrado pelos cristãos, os hindus foram acusados de intimidação, promover inimizade entre classes e usar força contra uma mulher com a intenção de “denegrir sua modéstia”.

A polícia confirmou que três membros do Hindu Jana Shakti foram presos, inclusive o presidente, Lalith Kumar.

Uma fonte local contou à Portas Abertas que vários políticos do BJP (o partido político do primeiro-ministro Narendra Modi) foram à delegacia levar seu apoio ao líder hindu e pressionar a polícia a fazer um boletim de ocorrência contra os cristãos. “A polícia registrou o BO sem nenhuma evidência, só por causa da pressão”, disse a fonte.

Fonte: Missão Portas Abertas

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