O líder espiritual do Tibete no exílio, Dalai Lama, pediu neste domingo clemência para o ex-presidente iraquiano, Saddam Hussein, condenado há uma semana à morte na forca.

“Diz-se que a pena de morte cumpre uma função preventiva, mas claramente é uma forma de vingança”, disse o prêmio Nobel da Paz a jornalistas, ao encerrar uma visita de duas semanas ao Japão.

“Por mais horrível que seja o ato que uma pessoa cometeu, cada um tem o potencial de melhorar e se corrigir”, acrescentou.

“Espero que no caso de Saddam Hussein, como em outros casos, a vida humana seja respeitada”, acrescentou.

Uma corte iraquiana sentenciou Saddam, deposto em abril de 2003 pela coalizão liderada pelo Exército americano, a morrer na forca pela matança, em 1980, de 148 civis xiitas no povoado de Dujail, ao norte de Bagdá, em represália a uma tentativa de assassinato quando o ex-presidente viajou para a região.

O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al Maliki, expressou o desejo de que Saddam seja enforcado antes do fim do ano.

O Dalai Lama tem sido crítico da invasão do Iraque, apesar de sua boa relação com o presidente americano, George W. Bush, que se encontrou com ele, desafiando desta forma a China.

A China, que enviou tropas ao Tibete em 1950, acusa o monge budista de ser um “separatista” e se opõe a suas freqüentes viagens ao exterior.

O Dalai Lama informou que só busca uma autonomia maior na região do Himalaia dentro da China e que se opõe a qualquer forma de violência. Desde 1959, ele vive no exílio na Índia.

Fonte: AFP

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