A Comissão de Justiça da Câmara de Representantes dos Estados Unidos informou ontem que convocou o ex-procurador-geral John Ashcroft e outros funcionários para uma audiência em que vai analisar o processo de aprovação da política sobre tortura e outros possíveis abusos do Executivo.

O presidente da comissão, o democrata John Conyers, disse em comunicado que enviou cartas a vários funcionários do Governo, aposentados e na ativa, convocando-os para uma sessão no dia 6 de maio.

Além de Ashcroft, Conyers convocou o ex-diretor da CIA (agência central de inteligência americana) George Tenet, o ex-subsecretário de Defesa Douglas Feith e o chefe de Gabinete do vice-presidente Dick Cheney, David Addington, entre outros.

O deputado democrata também convidou para a audiência o acadêmico da Universidade da Califórnia em Berkely John Yoo, que, em março de 2003, escreveu um memorando no qual alegava que a lei não se aplica ao Executivo na hora de interrogar detidos.

Conyers decidiu promover a sessão depois que várias reportagens veiculadas na imprensa revelaram que vários funcionários da Casa Branca e do alto escalão do Governo participaram da elaboração e da aprovação dos métodos utilizados para interrogar detidos.

Segundo vários jornais, diversos assessores do Departamento de Justiça e funcionários do Governo elaboraram um mecanismo que, na prática, dava imunidade aos que participassem de métodos coercitivos de interrogatório, incluindo a asfixia simulada.

As reportagens “sugerem que as decisões sobre a tortura envolveram as altas esferas do Governo”, disse Conyers.

“Caso sejam confirmadas,nossa democracia ficará manchada. O povo americano merece ouvir diretamente os que estiveram envolvidos”, enfatizou Conyers.

Fonte: EFE

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