Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, o deputado evangélico Carlos Willian (foto), do PTC de Minas Gerais, manteve nesta quinta-feira a versão de que o deputado Mário de Oliveira (PSC-MG), que também se diz evangélico, teria planejado sua morte em junho deste ano.

Emocionado, Willian chorou em vários momentos durante o depoimento que durou quase cinco horas. O deputado disse que corre risco de morrer caso as denúncias não sejam apuradas detalhadamente pela Câmara.

“Enquanto não forem apurados os fatos, eu me considero um homem marcado para morrer”, disse. Willian afirmou que foi ameaçado de morte por Oliveira na sala do cafezinho da Câmara (ao lado do plenário) em fevereiro deste ano. Segundo o deputado, seu colega tenta “assassiná-lo politicamente” desde 2002, quando chegou à Câmara. “Não me esqueço das últimas palavras dele: vou te matar”, disse o deputado.

Evangélico, Willian começou o depoimento com a leitura de um salmo da Bíblia em que Davi (rei de Israel) pede proteção a Deus contra os inimigos. O deputado disse que sua vida está muito ruim desde que a briga política com Oliveira veio à tona. “A minha mulher, meus filhos gêmeos de 4 anos e o mais novo, de um ano, estão todos abatidos”, disse emocionado.

Emoção

A sessão teve que ser suspensa para que Willian fosse se recompor do choro. Por alguns minutos, ele ficou do lado de fora do plenário do conselho. Willian disse que tomou conhecimento do plano para matá-lo por meio de um policial civil de Osasco (Grande São Paulo) que contou que foi descoberto um esquema cujo objetivo era a sua morte.

Durante as investigações policiais, um dos suspeitos, Odair da Silva, teria confessado que seguia orientações de Oliveira. Em um dos trechos da conversa, Odair da Silva planejaria com “Alemão” –apontado como o suposto matador profissional– uma emboscada para matar Willian.

O presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), disse que a relatora do processo, deputada Solange Amaral (DEM-RJ), considerou o depoimento de Willian repleto de contradições. Segundo Izar, a deputada acredita em duas hipóteses para o suposto crime planejado.

Na primeira hipótese, a relatora examina se Oliveira teria realmente planejado a morte do colega. Mas na segunda, considera que houve uma “grande armação” dos parlamentares.

“Estou na presidência do Conselho há dois anos e meio e já vi de tudo aqui, menos isso. É um processo diferente dos outros e temos essas duas frentes de trabalho”, disse Izar.

Fonte: Folha Online

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