Cris Beloni, do site Guia-me
Enquanto arqueólogos israelenses estavam escavando, em uma cidade perto de Tel Aviv, descobriram artefatos raros que mostram como era a vida há 1.500 anos, durante o período bizantino.
De acordo com o arqueólogo Rodrigo Silva, os achados são importantes porque evidenciam a presença cristã na região. “É mais uma evidência da história do cristianismo”, disse ao Guiame.
Entre as descobertas, estava uma moeda de ouro rara que foi cunhada por volta de 638 d.C., pelo imperador bizantino Heráclio.
De um lado da moeda a figura do imperador com seus dois filhos e do outro, possivelmente, o Gólgota, onde segundo a tradição cristã, Jesus foi crucificado.
“A moeda contém dados fascinantes sobre o declínio do domínio bizantino no país e eventos históricos contemporâneos, como a invasão persa e o surgimento do Islã, e fornece informações sobre o simbolismo cristão e pagão e a população local que viveu aqui”, disse o Dr. Robert Kool, chefe do departamento de numismática [Ciência que estuda moedas] da Autoridade de Antiguidades.
“A imagem inédita [na moeda] é que nos chama a atenção, ilustrando um processional civil ou religioso da época bizantina. Vemos alguns elementos eclesiásticos, como um incensário”, explicou.
“O monarca também exercia alguma atividade religiosa junto com o bispo. O incensário que aparece em suas mãos mostra de maneira muito forte a ligação entre Igreja e Estado que havia no período bizantino. Ou seja, o rei e a Igreja eram um só, de certa forma. O rei era submisso à Igreja”, continuou.
Segundo o diretor da escavação, Dr. Yoav Arbel, a moeda contém uma inscrição em grego e, possivelmente, também em árabe. A inscrição é provavelmente o nome do proprietário que a considerou altamente valiosa.
Várias descobertas
A Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) encontrou alguns objetos durante uma escavação na região de Ramat Ha-Sharon.
“A escavação revelou evidências de atividade agroindustrial no local durante o período bizantino. Descobrimos um grande lagar de vinho pavimentado com mosaico, bem como instalações gessadas e as fundações de uma grande estrutura que pode ter sido usada como armazém”, explicou o Dr. Yoav Arbel, diretor da escavação, em nome da IAA.
“Dentro dos prédios e instalações, encontramos muitos fragmentos de potes de armazenamento e panelas que eram evidentemente usadas por trabalhadores dos campos dessa região”, revelou o diretor.
“Também recuperamos restos de argamassas e pedras de moer que eram usadas para triturar trigo e cevada e, provavelmente, também para esmagar ervas e plantas medicinais”, acrescentou Arbel.
“A maioria dos instrumentos de pedra são feitos de basalto das Colinas de Golã e da Galiléia”, disse.
Outro achado raro é uma corrente de bronze que foi usada para suspender um lustre contendo suportes para lâmpadas de vidro. Esses tipos de lustres eram normalmente usados em igrejas naquela época, de acordo com o CBN News.
O local também continha evidências da conquista muçulmana no século 7, incluindo uma oficina de fabricação de vidro e um depósito onde quatro potes enormes foram encontrados.
Os potes provavelmente eram usados para armazenar grãos. “Nesse período, as pessoas não estavam apenas trabalhando no local, mas também morando lá, porque descobrimos restos de casas e dois grandes fornos de cozimento”, disse Arbel.
O prefeito de Ramat Ha-Sharon disse que está “emocionado” com as descobertas e quer que o local seja incorporado à construção de um novo bairro nos arredores de Tel Aviv.
Fonte: Guia-me (Cris Beloni)