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O presidente afastado da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) deu várias declarações polêmicas ao jornal Folha de São Paulo na primeira [url=http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/05/1771385-presidente-dilma-disse-que-poderia-me-ajudar-no-stf-diz-eduardo-cunha.shtml]entrevista [/url]após a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de suspender seu mandato. Entre várias revelações, insiste até que Dilma Rousseff lhe ofereceu a “ajuda” de cinco ministros do Supremo no último encontro que tiveram, em setembro de 2015.

Questionado pelo jornal se, caso ele não fosse o presidente da Câmara, não haveria impeachment, ele demonstrou convicção: “Deus que me colocou lá”. A jornalista insiste: “Deus queria o impeachment de Dilma?” Cunha resume-se a dizer: “Não sei, nada acontece se não for pela vontade de Deus”.

Denunciado pelo Ministério Público, sendo suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato, Cunha queixa-se: “Fui alvo de uma cassação branca”. O motivo, segundo ele, obedeceu critérios políticos e não seguiu o que prevê a legislação do país.

“O artigo 86 da Constituição é muito claro. Não posso ser processado por atos estranhos às minhas funções… A Constituição só prevê uma medida cautelar para parlamentar: a prisão em flagrante, que precisa ser submetida ao plenário da Casa. Para o afastamento, o STF aplicou isonomia”, esclarece, lembrando que nada disso ocorreu com ele.

Chamado por Dilma de “capitão do golpe”, o parlamentar lembrou que recebeu 53 pedidos de impeachment contra a presidente. Um recorde histórico. Desse total, rejeitou 41, aprovou um e deixou 12 que não foram decididos. Justifica que o critério foi técnico: “Ela promoveu despesas sem autorização do Poder Legislativo”.

Esclarecendo que muitas das acusações dos aliados da presidente não se sustentam ao ser comparados com os fatos, assevera: “Eu não fiz chantagem. Fui eu que não aceitei a chantagem dela”.

Segundo ele, existem testemunhas de que o ex-ministro Jaques Wagner (PT) e o governador do Rio, Fernando Pezão (PMDB) reiteraram a oferta de Dilma que poderia livrar-lhe das acusações no STF. “Não aceitei ser comprado”, resume.

“Eu não acredito que alguém possa ter cinco ministros do Supremo sob seu controle. Não existe isso, eu respeito a Suprema Corte e não entendo isso. Eu entendo isso como uma, digamos assim, como uma bravata”, sublinhou.

Ao comentar sobre a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de suspender seu mandato e, consequentemente, da presidência, dispara: “Quando você pega decisão do meu afastamento, quase tudo é matéria jornalística”. Cunha não teme ser preso, alegando que “quem não faz nada não tem o que temer”.

[b]Propina envolveu até igreja
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Dizendo-se ser evangélico e membro da Assembleia de Deus, Cunha tem ainda de responder a muitas acusações, já que seu nome aparece nas delações de pessoas presas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.

Segundo a delação de Fernando Baiano, existe provas que o lobista Júlio Camargo fez depósitos de pelo menos R$ 250 mil na conta da igreja AD de Campinas, liderada pelo pastor Samuel Cássio Ferreira, filho caçula do bispo Manoel Ferreira, presidente do Ministério Madureira.

A Procuradoria-Geral da República acredita que o valor seria parte da propina de US$ 5 milhões recebida por Cunha após a contratação de dois navios-sonda da Petrobras. O pastor Samuel será investigado e pode ser chamado a depor diante na força tarefa em Curitiba, não é formalmente réu e tem amplo direito a defesa.

[b]Fonte: JM Notícias[/b]

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