O ministro do Exterior da Síria elogiou o discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre questões árabes e muçulmanas na Turquia e disse que muitos árabes foram encorajados pelas promessas do líder norte-americano de trabalhar pela criação de um Estado palestino.

Em sua primeira visita como presidente a uma país predominantemente islâmico, Obama dirigiu-se aos árabes e muçulmanos em seu discurso em Ancara e disse que os Estados Unidos “não estão e nunca estarão em guerra com o Islã”. Ele também falou sobre o processo de paz árabe palestino dizendo que vai “insistir ativamente” no objetivo de criar um Estado palestino.

Em entrevista publicada nesta terça (7), o ministro do Exterior sírio, Walid al-Moallem, disse que o discurso de Obama “reflete uma clara atenção na direção de uma solução de dois Estados”. Al-Moallem disse que as palavras de Obama são “importantes” e “positivas”. Mas afirmou que os árabes esperam que Washington pressione o novo governo do primeiro-ministro linha-dura de Israel, Benjamin Netanyahu, a aceitar a criação de um Estado palestino. “Nós precisamos ver como os Estados Unidos vão lidar com o governo israelense, que representa a extrema-direita, e continua a rejeitar a solução de dois Estados”, disse al-Moallem ao jornal libanês As-Safir.

O ministro do Exterior egípcio, Ahmed Aboul Gheit, elogiou as declarações de Obama como “criteriosas e críveis”. O escritório de Netanyahu divulgou ontem um comunicado dizendo que Israel vai “trabalhar de perto” com os Estados Unidos no processo de paz, mas não fez menção à solução de dois Estados.

A Síria é um dos grandes testes para as tentativas da administração Obama de estabelecer um novo tom nas relações com os países do Oriente Médio. O predecessor de Obama, George W. Bush, procurou isolar a Síria para tentar forçá-la a deixar seu apoio a grupos militantes como o libanês Hezbollah e o palestino Hamas e a fazer mais para evitar que militantes entrem no Iraque. A administração Obama disse que quer um diálogo com a Síria, bem como com seus aliados e o maior rival regional de Washington, o Irã.

Fonte: JC online

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