Quase 80 pessoas foram presas nas praias de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos –importante destino turístico da região do golfo Pérsico– por praticarem topless, nudez, ou outros tipos de comportamento considerados “indecentes” pela cultura local.

A chamada “campanha contra a indecência” revela o choque cultural ocasionado pela visita de milhares de turistas estrangeiros ao tradicional país muçulmano. A operação foi lançada depois que a polícia flagrou um casal de britânicos fazendo sexo em uma praia.

Nas últimas duas semanas, um total de 79 pessoas foram detidas por “perturbar famílias” nas praias com seu comportamento, segundo o porta-voz da polícia de Dubai, Zuhair Haroun.

A cidade instalou cartazes de aviso a turistas em árabe, inglês, e em outras línguas, avisando que o topless ou a troca de roupas em público é proibida, segundo Abdullah Mohammed Rafia, funcionário da prefeitura de Dubai, que supervisiona a ação policial nas praias.

Quem infringir as normas pela primeira vez receberá uma advertência, mas em caso de reincidência os turistas podem ser encaminhados à Justiça local e sofrer acusações.

Diferentemente de outros países conservadores do golfo Pérsico, turistas são freqüentemente vistos nas praias de Dubai usando biquínis e shorts. O álcool –cujo consumo é proibido pela religião islâmica– também é vendido livremente em bares e restaurantes.

No entanto, muitos cidadãos dos Emirados ou de outros países do golfo defendem que a ambição de Dubai de se tornar uma metrópole e um destino cada vez mais atraente para turistas “desrespeita a tradição muçulmana” e “contradiz o que seria culturalmente aceitável”.

Milhares de europeus e asiáticos vivem e trabalham em Dubai, onde nativos representam apenas 20% da população de 1,2 milhão de habitantes. Shopping centers e restaurantes de fast food substituíram tradicionais casas árabes, e o inglês é a língua predominante.

Fonte: Folha Online

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