Os cristãos conservadores de muitas igrejas americanas protestantes, além de católicos, são peças-chave na eleição em Iowa.

Em um pequeno café do centro de Sioux City (Iowa, centro), uma centena de pessoas cerca Rick Santorum, o candidato republicano à Casa Branca e cristão conservador. Um pastor toma a palavra, a reunião eleitoral começa com uma oração.

“É preciso fazer a escolha certa”, diz o influente pastor Cary Gordon da igreja protestante Cornerstone World Outreach de Sioux City falando sobre escolha do candidato republicano que enfrentará Barack Obama na eleição do dia 6 de novembro de 2012.

Os republicanos de Iowa, reunidos para o “caucus”, assembleias de eleitores, votarão na noite de terça-feira (3), antes de uma longa série de primárias em cada estado até o fim do verão.

“Vamos enviar uma mensagem não só para a América, mas para todo o mundo”, prega o pastor Gordon, que apóia a candidatura de Santorum, ex-senador e que tem feito nesta campanha o papel de defensor dos valores tradicionais cristãos.

Em entrevistas na televisão e em reuniões eleitorais, martela a mensagem de hostilidade ao casamento gay e ao aborto, mesmo em casos de estupro, e contracepção.

Os cristãos conservadores de muitas igrejas americanas protestantes (Luterana, Metodista, Batista e Menonita), além de católicos como Santorum, são peças-chave na eleição em Iowa, um pequeno estado agrícola dos Estados Unidos.

Um estudo do Instituto para o Estudo dos Americanos Evangélicos em Wheaton, estimou que o número de cristãos evangélicos nos Estados Unidos é de 30% a 35% da população, cerca de 100 milhões de pessoas.

Eileen Gordon, 62 anos, mãe do pastor, também apóia Santorum.
“Ele representa os valores morais que estão mais próximos do meu coração”, disse à AFP.

“Acreditamos que a lei natural de Deus é sempre maior do que a lei dos homens”, acrescentou. “É por isso que não acho que nós podemos fazer uma lei que permita o casamento entre dois homens”.

Gerald Pallensen, 83 anos, veterano da Segunda Guerra Mundial, acredita “nos laços do sagrado matrimônio”.

“A pessoa existe desde a concepção, eles vão usar o meu dinheiro dos impostos para o aborto. Eu sou absolutamente contra isso”, afirma Pallensen, referindo-se as recentes propostas dos democratas, como parte da reforma na saúde.

Rick Santorum não está sozinho em querer seduzir este eleitorado, importante base do Partido Republicano. O governador do Texas, Rick Perry, e a representante de Minnesota, Michele Bachmann, afirmam ser muito religiosos e têm se centrado na religião.

Brad Zaun, um político local de Iowa que aconselha Bachmann, confirmou à AFP: “a bordo do ônibus (de campanha) ela reza. Ela não esconde suas crenças”.

Perry, um ex-piloto da Força Aérea, contou recentemente como a religião o ajudou a voltar para o “caminho certo” quando retornou à vida civil.

Por sua vez, Jennifer Bowen, líder a associação anti-aborto Right to Life (direito à vida) em Iowa, recusou-se a apoiar um determinado candidato. Mas, afirma: “o candidato que não queremos apoiar de maneira nenhuma é Barack Obama”.

“Você sabe, o dinheiro dos contribuintes não deve ir para a indústria do aborto”, disse.

[b]Fonte: Terra[/b]

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