O dinheiro é capaz de comprar felicidade? “Estudos revelam que as pessoas nos países ricos são, de maneira geral, mais felizes do que aquelas dos países pobres”, afirma Ed Diener, psicólogo da Universidade de Illinois que passou a vida estudando o bem-estar humano. Você também acredita? [url=http://www.folhagospel.com/site/html/modules/xoopspoll/]Clique aqui.[/url]

As pesquisas também demonstram que os indivíduos ricos são em geral mais felizes do que aqueles que dão duro para sobreviver.

Além disso, as pessoas felizes tendem a ser mais bem sucedidas. Assim sendo, não só o dinheiro conduz à felicidade, mas a felicidade também conduz ao dinheiro – ou pelo menos é isso o que mostram as pesquisas.

Quanto a mim, nunca vi um homem mais feliz do que Dick Notebaert, que recentemente anunciou planos para deixar o cargo de diretor-executivo da Qwest. A compensação total de Notebaert foi de mais de US$ 100 milhões pelo seu trabalho de mais de cinco anos que reverteu o quadro problemático da companhia telefônica. Isso inclui uma venda recente de opções de ações no valor total de US$ 18 milhões.

“Quando saquei o dinheiro relativo àquelas ações e o doei fiquei tão satisfeito que é difícil até descrever”, disse-me Notebaert quando lhe perguntei a respeito do vínculo entre dinheiro e felicidade.

Notebaert, 59, não revela a quem doou o dinheiro, mas afirma que ele ajudará alunos do segundo grau.

“Acredito que o dinheiro lhe fornece opções”, diz Notebaert. “Se alguém não tivesse me ajudado, eu não estaria aqui. Comecei lavando caminhões a US$ 91,50 por semana.”

Para Notebaert, o dinheiro é simplesmente um meio para se buscar um fim. “O que importa é o que você faz com o dinheiro”, diz ele. “Se a pessoa em algum momento perder a perspectiva, ela terá um problema”.

Pete Contos, 72, deixou a Grécia em 1955 e desembarcou nos Estados Unidos com US$ 6,75 no bolso. Atualmente ele é dono de oito restaurantes em Denver, incluindo o famoso Pete’s Kitchen. “A saúde é a coisa mais importante, mas o dinheiro ajuda”, garante Contos.

Daqui a alguns dias ele levará a família inteira – 15 pessoas, incluindo filhos, netos e genros – para uma viagem de férias de três semanas na Grécia. Ele diz que pagou quase US$ 30 mil por quartos de hotéis e transporte terrestre.

“Se eu não tivesse dinheiro, não poderia levar a minha família à Grécia agora”, explica. “Portanto, alguém está feliz. Ou eu estou feliz, ou a família está feliz ou as crianças estão felizes.”

“E o dinheiro em alguma circunstância o tornou infeliz?”, perguntei.

“Não, não tenho tanto dinheiro assim”, respondeu ele, rindo.

Karyn Cassidy, uma mão solteira e que trabalha, de Castle Rock, no Colorado, diz que viu reportagens na televisão sobre ganhadores da loteria que sucumbiram ao desespero.

“Eles ganharam milhões de dólares e agora as suas vidas estão arruinadas”, diz ela. “Mas já eram pessoas infelizes antes de ganhar o dinheiro.”

Algumas pesquisas revelam que as pessoas têm um “ponto ideal” de felicidade. A maioria dos indivíduos não sai andando por aí em um estado de felicidade absoluta ou de desespero, mas mantém uma “temperatura emocional” média. O fato de uma pessoa ganhar subitamente uma grande quantidade de dinheiro poder gerar uma onda de felicidade. Mas, cedo ou tarde, esse indivíduo retorna ao seu ponto ideal de felicidade.

“É você próprio que cria a felicidade, mas o dinheiro sem dúvida ajuda”, afirma Cassidy, coordenador de programação da empresa BTE Technologies, com sede no Colorado. “O fato de eu viver de contracheque a contracheque pode ser um desafio. Mas sou feliz.”

Edie Marks, uma corretora de imóveis que vende casas multimilionárias, é uma dessas pessoas que parece estar sendo borbulhando de felicidade. Mas ela diz que isso não se deve às comissões que ganha com a venda de mansões. Ela encontra a felicidade nas suas relações interpessoais.

“Suponho que se um homem for rico pode conseguir mulheres jovens e muito bonitas para ter ao seu lado”, diz ela. “Mas isso não é necessariamente felicidade… Vi muita gente bastante rica e infeliz. Sempre haverá gente que jamais terá o suficiente, não importa o quanto tenha, porque sempre haverá outros que terão mais dinheiro. A felicidade vem de dentro.”

Conheci um cara chamado Guitar Steve, 51, em frente ao Capitólio do Colorado na última sexta-feira. Ele diz que já foi cantor de música folk e jogador profissional de tênis quando era jovem. Ele usava um chapéu de caubói, estava sentado ao lado de um estojo velho de violão e exibia um cartaz com a inscrição: “Preciso de dinheiro. Qualquer quantia ajuda”.

Eu lhe dei três dólares. Ele pareceu ter ficado feliz com isso. Perguntei a ele se o dinheiro pode comprar a felicidade.

“Não”, respondeu categoricamente. “Certa vez tive US$ 18 mil. Não era mais feliz do que agora. As pessoas só precisam daquilo que para elas é realmente necessário. Para mim o necessário é apenas um violão, um lugar para dormir e uma raquete de tênis. Isso é tudo.”

Fonte: The New York Times

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