Dez países foram designados como “países preocupantes” pelo Departamento de Estado dos EUA em relação às violações da liberdade religiosa.
O anúncio feito nesta segunda-feira, 7, apontou Burma, China, Eritreia, Irã, Nigéria, Coreia do Norte, Paquistão, Arábia Saudita, Tajiquistão e Turcomenistão como “países preocupantes”.
A designação é dada pelos Estados Unidos sob a Lei de Liberdade Religiosa Internacional de 1998 para países que se envolvem em “violações sistemáticas, contínuas e flagrantes da liberdade religiosa”.
Na China, tem havido uma crescente interferência do estado em igrejas registradas e não registradas, com cruzes sendo removidas e prédios de igrejas sendo demolidos.
As igrejas também relataram terem sido instruídas a substituir os Dez Mandamentos por citações do presidente Xi Jinping, e os serviços do Zoom foram interrompidos pelas autoridades.
Na Nigéria, que foi acrescentada à lista negra da liberdade religiosa pela primeira vez, houve avisos de um genocídio em andamento após milhares de mortes nas mãos de Boko Haram e da Província do Estado Islâmico da África Ocidental.
No Paquistão, meninas cristãs estão sob crescente ameaça de abdução por homens muçulmanos para serem convertidas à força ao islamismo e casadas contra sua vontade.
“Os EUA são inabaláveis em seu compromisso com a liberdade religiosa. Nenhum país ou entidade deve ter permissão para perseguir as pessoas impunemente por causa de suas crenças”, disse o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, no Twitter. “Essas designações anuais mostram que, quando a liberdade religiosa for atacada, nós agiremos”.
De acordo com a lei americana, os países na lista negra devem fazer melhorias ou enfrentar sanções, incluindo perdas de assistência do governo dos EUA. No entanto, o governo pode dispensar tais ações.
O Departamento de Estado dos EUA descobriu que oito em cada dez pessoas em todo o mundo enfrentam restrições à liberdade religiosa . “Onde a liberdade religiosa está ausente, o terrorismo e a violência aumentam. Nossa defesa das comunidades religiosas no exterior ajuda a garantir a proteção e a prosperidade dos americanos em casa”, disse o Departamento de Estado em nota.
“A liberdade religiosa é nossa ‘primeira liberdade’”, disse Pompeo na segunda-feira em um jantar de gala em Washington. “Quando nós, cada um de nós, podemos adorar e discutir abertamente sobre as questões eternas da alma, podemos entender como devemos viver nossas vidas — tanto individualmente quanto em sociedade”, disse ele.
A Índia ficou ausente da lista, embora críticos do Partido do Povo Indiano (BJP) digam que houve uma forte diminuição da liberdade religiosa desde que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, assumiu o poder em 2014.
A Índia tem um relacionamento crescente com Washington, e os laços se fortaleceram no governo do presidente Donald Trump, que ignorou a questão da perseguição religiosa no país do sul da Ásia durante seu mandato.
Agenda pró-vida
Além da questão da liberdade religiosa, Pompeo também mencionou os esforços do governo Trump para bloquear o financiamento federal de organizações que realizam ou promovem o aborto no país.
O Departamento de Estado “garante que nenhum dinheiro público, nenhum dinheiro dos contribuintes, jamais irá para qualquer entidade estrangeira ou organização não governamental que realiza ou promove ativamente o aborto para o planejamento familiar”.
“Estamos usando todos os elementos da lei federal para proibir o uso dos fundos do Departamento de Estado para fazer lobby em nome do aborto”, disse Pompeo em discurso intitulado “Respeitando a Vida na Política Externa da América”.
Falando a participantes do Conselho de Política da Família na Flórida, um grupo pró-vida conservador, Pompeo exortou seus membros a usar sua influência contra as organizações pró-aborto.
“Precisamos de cada um de vocês que está presente esta noite — precisamos que usem suas redes e plataformas para lutar contra essas pressões”, disse ele. “Resumindo, precisamos que vocês digam a verdade ao mundo: o aborto não é um direito humano… Isso tira a vida humana”.
Folha Gospel com informações de The Chrsitian Today e Deutsche Welle