Os jovens que moram em cidades onde é proibido fumar em lugares públicos, principalmente nos restaurantes, têm menos chance de se tornarem fumantes regulares, de acordo com estudo divulgado no número de maio da revista americana “Archives of Pediatrics”.

Os adolescentes entre 12 e 17 anos que crescem em um ambiente público para não-fumantes têm chances de fumar claramente inferiores às daqueles que vivem nos centros urbanos onde a legislação é mais permissiva, explica o doutor Michael Siegel, da Boston University of Public Health, responsável pelo estudo.

Na pesquisa, 9,3% dos adolescentes entre 12 e 17 anos se tornaram fumantes, independentemente da legislação relativa ao cigarro.

Nas cidades onde a proibição de fumar é parcial, ou inexistente, essa proporção varia de 9,6% a 9,8%, enquanto que, nas cidades onde ela é total, a variação não passa de 7,9%.

“As políticas que proíbem, estritamente, fumar nos lugares públicos parecem ser o meio mais eficaz para lutar contra o tabagismo dos jovens”, defendem os pesquisadores.

Esse dispositivo antitabaco “altera a percepção, segundo a qual os fumantes são dominantes na sociedade, e questiona a aceitação social dessa prática, ou seja, a passagem da iniciação ao cigarro para a dependência se explica, essencialmente, pelas normas sociais veiculadas”, disse Michael Siegel à AFP.

Em contrapartida, a proibição de fumar nos lugares públicos não tem efeito sobre a decisão, ou não, de acender o primeiro cigarro, uma escolha influenciada, sobretudo, pelo entorno dos jovens, acrescenta o responsável pelo estudo.

No caso dos jovens entre 18 e 21 anos, essa proibição é ineficaz.

“Há um certo período, durante o qual é possível influenciar o comportamento dos jovens (…) mas depois de uma certa idade é tarde demais”, explica o pesquisador.

O estudo foi realizado com 3.834 jovens de Massachusetts (nordeste dos EUA), durante três séries de encontros entre 2001 e 2006.

Fonte: AFP

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