As duas freiras seqüestradas na madrugada de hoje na cidade de Elwak, no nordeste do Quênia, são italianas e pertencem ao Movimento Contemplativo Padre de Foucauld, de Cuneo, no norte da Itália, informou a agência missionária vaticana Misna.

Trata-se de Caterina Giraudo, de 67 anos, e María Teresa Oliviero, de 61, originárias da província de Cuneo, que trabalham com refugiados somalis no Quênia há muitos anos, segundo informou Pino Isoardi, dirigente do movimento religioso.

Caterina Giraudo é, além disso, enfermeira e trabalha com pessoas que sofrem de epilepsia.

Segundo uma das freiras do grupo, à meia-noite tocou o telefone celular de um dos religiosos do mesmo movimento que vive em Mandera, capital do distrito, muito perto do local do seqüestro. O telefonema era do telefone de María Teresa Oliviero.

Ao não ouvir sua voz do outro lado da linha, os religiosos tentaram várias vezes entrar em contato com ela, até que um policial confirmou que a freira havia sido seqüestrada.

Segundo a Cruz Vermelha informou à Agência Efe em Nairóbi, um grupo de homens armados seqüestraram as religiosas, a dois quilômetros da fronteira com a Somália.

Por essa razão, não se descarta que os seqüestradores possam ter levado as freiras ao país vizinho.

A freira contatada pela Misna contou que 200 homens armados, a bordo de vários veículos atacaram Elwak durante a noite e que os tiros foram disparados especialmente contra a casa das missionárias.

Além das duas missionárias, também foram seqüestradas outras pessoas do lugar e roubados três ou quatro furgões de organizações humanitárias locais, acrescentou a freira à Misna.

Elwak, situada a 230 quilômetros de Mandera, capital do distrito, tem um forte influência islâmica e os conflitos entre seus habitantes e os da Somália são freqüentes.

A zona é afetada há meses por uma grande seca.

Segundo a Misna, não se descarta que os seqüestros estejam relacionados com esses enfrentamentos.

O Movimento Contemplativo Padre de Foucauld, de Cuneo, está presente nessa parte do Quênia desde 1984. Os missionários se ocupam das crianças desnutridas e dos doentes crônicos dessa zona, de maioria muçulmana somali.

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