Bandeira da China
Bandeira da China

Um tribunal da província de Guizhou, no sul da China, ordenou que um pastor que lidera igrejas domésticas – anteriormente preso e torturado – pague uma multa equivalente a mais de um milhão de dólares americanos, alegando que as doações de cristãos para as congregações foram consideradas por funcionários do Partido Comunista como “renda ilegal”, de acordo com a organização ‘China Aid’.

O grupo de campanha baseado nos EUA informou que depois de sete meses de luta com as autoridades, o pastor Su Tianfu foi informado de que ele e um colega da Igreja Huoshi, Yang Hua, seriam forçados a pagar uma multa de 7.053.710,68 yuans (equivalente a 1.096.499,33 dólares). Além disso, essa quantia teria que ser retirada justamente dos dízimos e ofertas que as congregações deles recolhessem.

Os oficiais primeiro notificaram Su e Yang sobre a multa em maio de 2017, alegando que as doações que as congregações estavam recebendo configuraravam uma “renda ilegal”.

Tanto Su, quanto Yang apresentaram várias provas, argumentando que eles apenas usam o dinheiro com atividades da igreja. Os recursos foram negados e o tribunal emitiu o seu veredito final, ordenando que os pastores paguem a multa exorbitante.

Desde a sua fundação em 2009, de acordo com a China Aid, a Igreja Huoshi manteve um relacionamento aberto com o governo chinês, informando aos funcionários da fiscalização sobre todas as suas atividades religiosas e que elas estavam dentro da lei chinesa.

No entanto, a organização cristã, informou que eventualmente as autoridades começaram a atacar arbitrariamente a denominação e a submeterem suas sedes a diversas invasões em 2015, prendendo e detendo seus membros.

Em 9 de dezembro de 2015, os funcionários levaram Yang preso porque ele tentou evitar que o computador da igreja fosse confiscado.

No dia seguinte, o condenaram a duas sentenças de detenção administrativa consecutivas de cinco dias por “crime de obstrução da Justiça” e “reunir uma multidão para perturbar a ordem pública”.

Quando sua esposa foi a prisão para buscá-lo na prisão – após os cinco dias de detenção previstos – em 20 de dezembro de 2015, ela viu que ele estava sendo levado para um veículo não licenciado pela polícia e com um capuz preto colocado sobre ele. Mais tarde, ela descobriu que o governo o havia transferido para a detenção criminal por “possuir ilegalmente segredos estaduais”. O pastor foi preso em 22 de janeiro de 2016, tendo sua pena alterada mais uma vez por “divulgar segredos de Estado”.

De acordo com a ‘China Aid’, Yang sofreu abusos nas mãos dos funcionários por mais de um ano, com diversas sessões de “tortura repetidas, enquanto seus promotores tentavam forçar uma confissão dele, ameaçando prejudicar sua família e matá-lo à medida que tentavam esmagar seus dedos do pé”.

No veredito que o presidente da China Aid, Bob Fu, condenou como “nada além de uma perseguição religiosa puramente bárbara”, um tribunal condenou Yang a dois anos e meio de prisão em 5 de janeiro de 2017.

O Partido Comunista Chinês – atualmente no poder – é oficialmente ateu. Cinco grupos religiosos – budistas, taoístas, muçulmanos, católicos e protestantes – podem se registrar no governo e prestar serviços “legalmente”. Mas os adeptos das religiões não registradas, incluindo os uigures muçulmanos, os budistas tibetanos e os cristãos evangélicos, enfrentaram a conversão forçada, torturas e a prisão.

A China Aid, em seu Relatório Anual de Perseguição de 2016, disse que os cristãos estão sendo perseguidos “com uma frequência jamais vist desde a Revolução Cultural”. Os casos de perseguição aumentaram em mais de 20% em 2016 em comparação com 2015, o número de pessoas detidas aumentou em quase 150%, as prisões aumentaram 11%, as sentenças aumentaram em um terço e o número real de pessoas abusadas aumentou quase 70%.

A China ocupa o 43º lugar na nova lista de Perseguição religiosa da Missão Portas Abertas.

Fonte: Guia-me

Comentários