Na Síria, os cristãos são minoria de 1,5 milhões de pessoas, sendo 10% da população. Esses cristãos estão divididos em diversas denominações.

“Nós estávamos aproveitando a bebida na cidadela, com uma visão panorâmica maravilhosa, quando o telefone tocou”. Samy e Mary estão em viagem de investigação à Síria e durante a estadia deles, ouvem e são confrontados por notícias alarmantes, sobre a comunidade cristã na Síria. “Más notícias”, nosso amigo e guia Fouad diz, “eles fecharam a igreja.”

Mary continua: “Fouad é o membro de uma das poucas e pequenas congregações evangélicas na Síria. Costumava ser grego ortodoxo, mas veio a uma fé nova e pessoal em Jesus e deixou a igreja ortodoxa, embora não possa realmente praticar sua nova fé, conforme ele mesmo diz. Seus pais não ficaram felizes com a mudança, pois há uma tensão entre igrejas ortodoxas e evangélicas. Para se comprometerem um pouco mais e satisfazer a família, Fouad e sua esposa, Muna, decidiram ter dois casamentos, um ortodoxo e um evangélico, mas foi uma situação complicada.”

Na Síria, os cristãos são minoria de 1,5 milhões de pessoas, sendo 10% da população. Esses cristãos estão divididos em diversas denominações: gregos ortodoxos, sírios ortodoxos, armênios ortodoxos, gregos católicos, armênios católicos, católicos romanos, caldeus, presbiterianos, maronitas e outras. Cerca de 0,2% pertence a “novos grupos”, como por exemplo a igreja da aliança, igreja batista, igreja nazarena e grupos pentecostais. No geral, os novos grupos estão muito envolvidos em evangelismo, tanto entre os muçulmanos e os cristãos nominais ou tradicionais. E nem os muçulmanos, ou as igrejas tradicionais querem “perder” seus fiéis a novos grupos evangélicos.

[b]Fé verdadeira[/b]

Mary diz: “Sobre os muçulmanos, a razão é muito óbvia. Se um muçulmano se torna um cristão evangélico, ele deixa a ‘verdadeira fé’, como eles acreditam. Mas porque os cristãos se incomodam se um membro sai, indo para um dos novos grupos, se afinal de contas, ele ou ela ainda será um cristão?”

“Bem”, explica Samy: “Há diferentes motivos para eles ficarem incomodados, de acordo com os cristãos sírios. Primeiro, embora permaneça cristão, a igreja anterior diminuirá. Igrejas tradicionais, que estão na síria desde os tempos dos apóstolos, têm visto seu número diminuir, não somente por conta da emigração, mas também porque as pessoas aderem a ‘novos grupos’”.

Segundo, como os novos grupos estão ativos na evangelização entre muçulmanos, eles são uma ameaça para a estabilidade e paz que as igrejas tradicionais construiram com seus vizinhos muçulmanos há muitos anos, décadas e até séculos. Para a maioria dos muçulmanos, um cristão é um cristão seja ele pertencente ou não a um grupo. Portanto, a atenção negativa atraída pelos novos grupos carismáticos por causa da conversão de muçulmanos, eventualmente, também afetará a igreja tradicional.

Terceiro, por causa do sistema eclesiástico; todos na síria devem pertencer a uma comunidade confessional, mesmo uma (reconhecida) denominação cristã, ou a um grupo muçulmano, a fim de casarem ou serem enterrados. Os “novos grupos” não podem oficializar casamentos, então as pessoas terão de ir a sua igreja de origem. Entao o governo pensará que eles pertencem a essa igreja, mas ao mesmo tempo a pessoa poderá fazer coisas que o governo desaprova à luz da estabilidade no país entre muçulmanos e cristãos.”

[b]Reclamações[/b]

“O governo recebe reclamações, tanto de de muçulmanos como de cristãos tradicionais, sobre a existência desses novos grupos”, diz Mary. “O governo teme que ex-muçulmanos atraiam fundamentalistas muçulmanos por causa das conversões. Fundamentalistas não são procurados na síria por causa de sua ameaça ao país de frágil estabilidade. Por todos esses motivos, o governo sente que tem que tomar atitudes contra esses novos grupos, que sempre se reúnem, não em uma igreja fechada, mas em apartamentos pela cidade. Então, o governo fecha esses apartamentos, porque eles não foram feitos para serem usados como igrejas.”

[b]Fechados[/b]

Samy: “E isso foi o que aconteceu recentemente a diferentes congregações sírias: em Kamishly, Damasco, Latakia, Homs e, quando estávamos lá, em Aleppo. O que torna o fato ainda mais trágico é o papel que as igrejas tradicionais, desempenharam em relação aos fechamentos. “Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união, e não uns brigando com os outros, como diz o salmo 133″.

Mary disse: “Enquanto Fouad nos contava as notícias, ele e Muna pareciam muito resignados e mansos. E o que eles poderiam fazer? O governo tinha selado e lacrado um dos apartamentos de sua congregação, que era usado também como centro de jovens. Acontecera em outras cidades. E é claro que influenciará a congregação. Os membros se sentirão oprimidos, sem liberdade para reunirem-se como gostariam. Pode também significar encargos financeiros, algo que era deles, e que foi simplesmente tomado.

[b]Ore pela união[/b]

“A Síria era conhecida por ser relativamente livre a cristãos”, conclui Samy, “mas agora um novo vento começa a soprar. Vamos nos unir aos irmãos e irmãs orando por união, amor e perdão, para que assim todas as denominações conheçam o toque do Espírito Santo de Deus que torna todos um.”

[b]Fonte: Missão Portas Abertas[/b]

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