O presidente venezuelano, Hugo Chávez, criticou nesta segunda-feira a Igreja Católica por suas críticas em relação ao encerramento do canal de televisão Radio Caracas Televisión (RCTV) e mandou os sacerdotes lerem Marx para saberem o significado de “socialismo venezuelano do século 21”.

“Estão defendendo o indefensável”, disse Chávez em referência à posição da Igreja Católica Venezuelana que, nos últimos dias, tem insistido para que o governo repense a decisão de não renovar a licença da RCTV, que termina em maio de 2007.

“Nada nem ninguém o poderá evitar (…) Não vá o sapateiro além do chinelo”, afirmou o chefe de Estado venezuelano no final da cerimônia de juramento do seu novo gabinete ministerial, no Salão Rios Reina do Teatro Teresa Carreño, em Caracas.

Chávez criticou ainda as preocupações manifestadas pela Igreja venezuelana sobre a possibilidade de instalar-se na Venezuela um governo autoritário e as suas freqüentes interrogações sobre o significado da expressão “socialismo venezuelano do século 21”, usada freqüentemente por seu governo.

“Agora vieram os sacerdotes exigindo que lhes expliquemos o que é o socialismo… Vão aos livros, leiam Marx. Presume-se que estudaram bastante, mas, se o não o fizeram, estudem”, disse o presidente da Venezuela.

“Insosso”

Chávez também rebateu o alerta lançado, através de um comunicado, pelo secretário-geral da Organização de Estados Americanos, José Miguel Insulza, chamando-o de “insosso”.

Para o secretário-geral, a decisão de não renovar a concessão à RCTV pode ser vista como “uma forma de censura contra a liberdade de expressão e uma advertência aos demais meios de comunicação social”.

No comunicado, a OEA frisava ainda que “o encerramento de um meio de comunicação de massas é um fato muito pouco comum na história do continente e não tem precedentes nas últimas décadas de democracia”.

“Custa entender as posições do secretário-geral da OEA, o Dr. Insulza. É uma posição bem ‘insulsa’ a do Dr. Insulza. Dá vergonha”, disse Chávez.

“Deveria demitir-se da secretaria da Organização de Estado Americanos, o insosso Dr. Insulza, por atrever-se a desempenhar esse papel”, arrematou o presidente venezuelano, fazendo trocadilho com o sobrenome do secretário-geral da organização.

“Um secretário-geral que chegou a esse nível devia renunciar. Por dignidade, devia deixar esse cargo. Perdeu tudo, toda a moral para estar à frente da OEA, a menos que alguém pretenda converter a OEA, de novo, no que uma vez disse Fidel Castro, que a OEA nos anos 60 chegou a ser um Ministério das Colônias”.

Fonte: Lusa

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