Fachada da Igreja Bola de Neve (Reprodução/Band)
Fachada da Igreja Bola de Neve (Reprodução/Band)

O Ministério Público investiga a Igreja Bola de Neve, uma das maiores evangélicas no Brasil, por desvio de dinheiro. A suspeita é que pastores e outros integrantes estariam usando empresas de fachada para desviar valores da organização.

A denúncia teria sido feita pela atual gestora da igreja, Denise Seixas, viúva do pastor Rina, morto em novembro deste ano após um acidente de moto. Em entrevista à Band, Denise diz confiar na Justiça e que só quer manter o trabalho de evangelização. “Eu sonho em ver algo diferente, uma igreja diferente, transparente, porque tem muita gente boa trabalhando lá dentro. O que tiver que ser arrumado, vai ser”.

Informações obtidas pela Band apontam que um ex-diretor da instituição teria criado uma empresa de maquininhas de cartão e faturado quase R$ 500 mil em alguns meses.

O processo de divórcio entre o apóstolo Rina e a pastora Denise, fundadores da Bola de Neve, detonou uma batalha interna pelo poder. Com a morte de Rina, Denise se tornou presidente da igreja e denunciou supostas irregularidades cometidas por integrantes da diretoria, foi aí que o grupo tentou impedir a posse dela.

A Justiça decidiu que Denise responde pela igreja e determinou que os antigos diretores estão proibidos de fazer qualquer coisa em nome da Bola de Neve.

Denise teria passado um ‘pente fino’ nas contratações feitas pelo ex-diretor financeiro da igreja, Éverton Ribeiro. Ele teria contratado empresas dele e de sua irmã para prestarem serviços para a igreja.

Éverton criou uma empresa de maquininhas de cartão para receber o dízimo dos fiéis, a SIAF. Em alguns meses, essa empresa faturou quase R$ 500 mil com o serviço. Paralelamente, a empresa “Filhos do Rei”, da irmã do ex-diretor, faturou cerca de R$ 1,5 milhão prestando serviços para a Bola de Neve.

Mesmo sem poderes para representar a igreja, o escritório Urbano Vitalino Advogados informou ter solicitado certidões em nome da Bola de Neve e de Éverton Ribeiro, afirmando que não há investigação em andamento contra eles no Ministério Público.

A Igreja Bola de Neve vive uma crise desde o começo do ano, após Denise e Rina entrarem com um processo de divórcio. Ela chegou a conseguir uma medida protetiva contra Rina, que foi afastado da organização. Eles chegaram a se aproximar e até descartar a separação. Após a morte dele, ela assumiu o comando.

Integrantes tentaram impedir o movimento através de um acordo do casal, que previa a saída de Denise da igreja, mas como o acordo não foi homologado, não tem validade. Denise então assumiu o cargo e só ela é autorizada a representar a igreja.

Atualmente, a Bola de Neve conta com 560 templos no Brasil e pelo mundo, fundada há 25 anos pelo casal Rinaldo e Denise Seixas.

Fonte: Band

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