A Igreja Católica do México fustigou as denúncias de fraude eleitoral feitas pela esquerda mexicana e disse à paróquia mexicana que “nada nem ninguém tem o direito de confundir” todos.

Ao mesmo tempo mostrou-se confiante que o Tribunal Eleitoral “estará à altura das circunstâncias que o país vive” na hora de ratificar as eleições presidenciais.

“Temos inteligência e maturidade suficientes para não ser manipulados”, declarou a Conferência do Episcopado Mexicano.

Em sua mensagem à paróquia mexicana, a Igreja Católica pediu que “não se deixe confundir” quanto ao resultado das eleições do dia 2 de julho, quando a apuração do Instituto Federal Eleitoral (IFE) outorgou uma vantagem de 0,58% dos votos para Calderón.

Em um documento intitulado “A justiça é cega e não sabe de sentimentos”, a Igreja Católica defendeu “a credibilidade e a honra” dos cidadãos que participaram do processo eleitoral como a de funcionários das mesas e das autoridades eleitorais.

Entretanto, Josefina Vázquez, coordenadora da campanha do governista Felipe Calderón, do partido de direita Ação Nacional (PAN), lamentou que o candidato presidencial da esquerda, Andrés López Obrador, continue “desacreditando” do processo eleitoral.

A coordenadora considera “muito irresponsável a apresentação de supostas provas de ilegalidade eleitoral sem fundamentos”, se referindo aos dois vídeos entregues na segunda-feira por Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD), de oposição, onde supostamente aparecem votos sendo colocados antecipadamente em uma urna eleitoral.

O reitor da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), a principal do país, Juan Ramón de la Fuente, disse que “hoje mais do que nunca” os mexicanos precisam ter “certeza e clareza absoluta” sobre o processo eleitoral que ainda não foi concluído.

O candidato da esquerda denunciou no sábado que houve fraude nas eleições presidenciais e convidou seus simpatizantes para uma “manifestação nacional” que começa amanhã e terminará domingo na praça Zócalo da Cidade do México, em uma jornada que denominou “Em Defesa da Democracia”.

A eleição do domingo 2 de julho foi a mais acirrada da história do México, quando o candidato governista obteve 35,89% dos votos contra 35,31% do candidato da esquerda.

Entre os 32 governadores dos estados da República, 17 que pertencem ao Partido Revolucionário Institucional (PRI), ficaram divididos com a eleição presidencial, pois receberam uma proposta de “aceitar ou desconhecer” conjuntamente os resultados outorgados pelo IFE, que deu maior número de votos a Calderón.

Pelo menos 9 dos 17 governadores estaduais se negaram subscrever um reconhecimento público ao candidato governista, como propôs o governador de Nuevo León, Natividad González.

Os governadores preferiram esperar a sentença emitida pelo Tribunal Eleitoral do Poder Judicial da Federação (TEPJF), única instância que por lei pode sancionar as eleições e que tem até 6 de setembro para fazê-lo.

Fonte: ANSA

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