O Vaticano e o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) afirmaram que a liberdade religiosa é um direito humano “não negociável”, mas advertiram que é preciso superar a obsessão de querer converter os outros.

O Vaticano e o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) afirmaram que a liberdade religiosa é um direito humano “não negociável”, mas advertiram que é preciso superar a obsessão de querer converter os outros.

“Liberdade religiosa é um direito fundamental, inviolável e não-negociável de todo o ser humano em cada país do mundo”, diz o relatório da reunião realizada em Velletri, a 40 km de Roma, dias 12 a 16 de maio. Na ocasião, foi acordada a formulação de um código comum sobre o controverso tema das conversões religiosas.

Os 27 participantes da reunião, entre eles representantes do budismo, cristianismo, hinduismo, islamismo, judaísmo e da religião africana yoruba, declararam que o direito à liberdade religiosa implica a responsabilidade de respeitar as outras crenças e “nunca denegri-las, vilipendiá-las ou tergiversá-las com o propósito de afirmar a superioridade da própria fé”.

O relatório recomenda que seja superada a obsessão de converter os outros e destaca que nesse campo falharam crentes de todas as religiões que cometeram erros e injustiças. O texto sugere que todas as comunidades religiosas façam um exame autocrítico de seus antecedentes históricos e de sus bases doutrinais.

Como resultado da autocrítica e arrependimento, deveriam ser realizadas reformas visando uma aproximação saudável no tema da conversão. Algumas propostas concretas incluem desalentar e rechaçar meios anti-éticos, evitar aproveitar-se de pessoas vulneráveis, como crianças e portadoras de deficiência, e fazer trabalho humanitário sem intenções subalternas.

Os participantes acolheram a idéia de um código de conduta sobre a conversão, desenvolvido conjuntamente pelo Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos do Vaticano e o CMI, e sugeriram que o diálogo inter-religioso sobre essa questão continue em diferentes níveis.

A Igreja Católica conta com cerca de 1.2 bilhão de fiéis no mundo, enquanto o CMI agrupa 347 igrejas protestantes, anglicanas e ortodoxas em mais de 120 países, com uma membresia estimada em mais de 450 milhões de crentes.

Fonte: ALC

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