A “imensa maioria” dos templos que proliferaram em São Paulo nas últimas décadas funciona em lugares adaptados, que não oferecem condições de segurança, segundo o professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Edin Abumanssur.

“Entre 80% e 90% dos locais em que as igrejas se instalaram não são adequados a abrigar o fluxo de pessoas que recebem. A maior parte das igrejas da cidade é mantida pelos próprios fiéis, geralmente em comunidades carentes, com preocupação mínima sobre a adequação do espaço físico”, afirma o professor, autor do livro As Moradas de Deus, sobre o espaço físico de igrejas pentecostais na capital paulista.

Não há dados atualizados sobre o número de templos que têm alvará para funcionamento na cidade – o último levantamento do Departamento de Controle do Uso de Imóveis (Contru), de 1998, apontava cerca de 4 mil templos na capital. Apenas 186 tinham alvará.

Originalmente construídas para outros fins, as instalações hoje servem de palco para cultos que reúnem entre dezenas a algumas centenas de fiéis. Segundo o pesquisador, que percorreu cerca de 70 templos de Igrejas pentecostais da capital, exemplos assim se reproduzem por toda a cidade, especialmente na periferia. Abumanssur afirma que, com a diminuição da oferta de cinemas ou teatros desativados para instalação de igrejas, caiu também o nível de segurança nos templos.

No domingo (18), o teto da sede internacional da Igreja Renascer em Cristo, no Cambuci, Zona Sul de São Paulo, desabou, deixando nove mulheres mortas e 113 pessoas feridas. Nesta segunda-feira (19), o Ministério Público afirmou que vai pedir à Prefeitura a reavaliação de todos os acordos firmados com a Igreja Renascer desde 1998 sobre as condições estruturais dos templos na cidade.

Fonte: G1

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