A Justiça de Bristol, Inglaterra, condenou a 15 meses de prisão o xamã Peter Aziz, 51, por ter dado a seguidores a bebida alucinógena ayahuasca, que no Brasil é legalizada para consumo em rituais do Santo Daime.

Aziz foi acusado por Kate Brunner, que foi uma das 17 pessoas que participaram de um ritual de cura. Em 2007, durante uma sessão, o xamã disse ser capaz de curar câncer.

Kate Brunner disse no Tribunal que os participantes tomaram a ayahuasca (que ela chamou ‘cerveja’) em copos plásticos em volta de um círculo iluminado por vela.

“Algumas pessoas tiveram experiências alucinógenas — elas sentiram estar em uma ‘viagem’. Outras vomitaram. Houve quem achasse a experiência restaurativa e quem se ficou aterrorizado”, disse Kate.

O xamã afirmou que produziu a bebida de acordo com as normas prescritas pelo Ministério do Interior, mas o juiz Michael Roach disse que tinha de levar a acusação a sério porque é errado produzir e distribuir “essa droga”.

Nick Lewin, advogado de Aziz, disse que seu cliente é uma “pessoa boa” e que vive modestamente porque com suas atividades de xamã só consegue dinheiro para sobrevivência.

No Brasil, a bebida foi destaque no noticiário do começo de 2010 porque Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, 25, usuário da ayahuasca e de outras drogas, matou Glauco Villas-Boas e seu filho Roani em “uma missão divina”. Glauco era cartunista da Folha de S.Paulo e padrinho de uma igreja do Santo Daime, a Céu de Maria.

Kadu não será levado a julgamento porque foi considerado portador de transtornos mentais.

A ayahuasca é feita com duas plantas nativas da Amazonas, que são misturas e cozidas. Uma delas é o cipó-jagube (Banisteriopsis caapi). A outra é a erva-rainha (Psychotria viridis). A erva tem alta concentração de dimetiltriptamina (DMT), um alucinógeno de curta duração.

[b]Fonte: Paulopes[/b]

Comentários