Uma placa de pedra de cerca de um metro de altura, com 87 linhas escritas em hebreu, e que, segundo especialistas dataria de algumas décadas antes do nascimento de Jesus está causando polêmica nos círculos de arqueologia bíblica porque mencionaria a chegada de um messias que ressuscitaria três dias depois de morto. (Foto: Jesus. Imagem ilustrativa)

Se tal descrição messiânica estiver mesmo na placa, ela contribuirá de forma significativa para a reavaliação das visões popular e acadêmica de Jesus ao apontar que sua história de morte e ressurreição não seria única, mas sim parte de uma reconhecida tradição judaica da época.

Provavelmente encontrada perto do Mar Morto, na Jordânia, de acordo com especialistas que a estudaram, a placa é um raro exemplo de pedra com inscrições em tinta desse período – uma espécie de Manuscrito do Mar Morto em pedra. Está escrita, não entalhada, em duas colunas, similares às colunas da Tora. Mas a pedra está quebrada e parte do texto se apagou, o que dá espaço a interpretações sobre o que estaria realmente escrito.

Ainda assim sua autenticidade não foi questionada e, por isso, é significativo seu papel na compreensão das raízes do Cristianismo em meio da devastadora crise política enfrentada pelos judeus naquela época.

Daniel Boyarin, professor de cultura do talmude na Universidade da Califórnia, em Berkeley, afirma que a placa integra o crescente número de evidências que sugerem que Jesus pode ser mais bem compreendido por meio da compreensão da história judaica de sua época.

– Alguns cristão acharão chocante, um desafio à idéia de que sua teologia é única, enquanto outros acharão conforto na idéia de que (a ressurreição) é uma parte tradicional do judaísmo – afirmou Boyarin.

Fonte: O Globo Online

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