A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre denuncia que os cristãos no Iraque, à luz dos últimos atentados contra igrejas cristãs, podem ser vítimas de “uma nova limpeza religiosa”. A denúncia se baseia em declarações recolhidas por esta Fundação de direito pontifício entre fontes iraquianas eclesiais.

Segundo explica Ajuda à Igreja que sofre em uma nota informativa, “os ataques têm como finalidade atemorizar os cristãos para que abandonem a região, e fazer com que os cristãos que estão fora desistam de retornar ao país”.

Citando as fontes cristãs iraquianas, a Fundação considera que, “por causa da pouca consideração dos danos materiais ocasionados pelas bombas, é provável que os atentados não tivessem por objetivo provocar danos humanos ou danos materiais mais graves”. As fontes eclesiais dão a entender “claramente”, segundo assinala a nota, que “tudo é possível em qualquer momento”.

O momento escolhido para os primeiros atentados foi 6 de janeiro – data em que foram atingidas ao menos seis igrejas cristãs em Bagdá e Mosul –, que coincidiu com a Noite de Natal de várias Igrejas ortodoxas, com a festa da Epifania dos católicos e com numerosos batismos. Em 9 de janeiro houve outros dois atentados com carros bomba contra templos cristãos em Kirkuk.

O arcebispo de Kirkuk, Dom Louis Sako, explicou que estes atentados trazem uma “mensagem política” dirigida a atemorizar a comunidade cristã de Kirkuk, que até agora sofreu relativamente poucos atos de violência e intimidação.

Marie-Ange Siebrecht, especialista em Oriente Médio da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, lamenta que a maioria das notícias não fale da situação destes cristãos.

Siebrecht indica que não é possível determinar com exatidão o número de cristãos que continuam no Iraque, mas se estima que mais da metade já abandonou o país. Em 2003, havia 1 milhão e 200 mil cristãos no Iraque.

Rádio Vaticano

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