Jerusalém está vazia. É a primeira vez que isso acontece em mais de um século. Todos os lugares de culto foram fechados ao público na Cidade Santa por causa da pandemia do novo coronavírus.

A Igreja do Santo Sepulcro, lugar onde, segundo os cristãos, Jesus Cristo foi sepultado depois de morrer na cruz ficará fechada durante a Semana Santa.

No bairro cristão da Cidade Velha, as ruas estão desertas e a maioria dos comércios estão fechados a semanas. “É deprimente”, diz uma mulher, que lamenta não poder celebrar a páscoa na igreja, como faz todos os anos.

Nesta sexta-feira pela manhã, uma missa simples, a portas fechadas, foi celebrada no interior da igreja, e uma procissão mínima percorreu a Via Dolorosa, caminho dentro da Cidade Velha de Jerusalém que marca as 14 paradas da via crucis, caminho de Jesus até a cruz.

Apenas quatro religiosos puderam fazer o percurso neste ano, um contraste em relação aos milhares de fiéis que participam todos os anos do ato durante a sexta-feira santa, pelas ruas estreitas de pedra.

Israel, que administra a Cidade Velha de Jerusalém desde que a ocupou em 1967, registrou mais de 10 mil casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus e mais de 90 mortes. No lado palestino há mais 250 casos identificados oficialmente, e um morto.

No ano passado, mais de 25 mil pessoas de todo o mundo se reuniram em Jerusalém para celebrar o Domingo de Ramos. Neste ano só havia 15, todos representantes do clero, na Igreja do Santo Sepulcro, considerado o templo mais sagrado do cristianismo e com capacidade de acolher até 1.500 pessoas.

“Mas inclusive nessas circunstâncias difíceis, pode haver algo positivo”, relativiza Ibrahim Shomali, porta-voz do Patriarcado Latino de Jerusalém.

Atrás das telas de televisão ou computador, 60 mil pessoas acompanharam a missa transmitida ao vivo. Neste domingo, a missa de Páscoa, que foi proibida ao público, voltará a ser transmitida pela televisão e pelas redes sociais. Só seis religiosos estarão presentes na igreja, segundo Shomali.

Fonte: AFP via Estadão

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