O jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, acusou neste sábado a mídia de realizar “uma propaganda grosseira contra o Papa e contra os católicos”, ao referir-se novamente aos casos de abusos sexuais que envolvem membros da Igreja Católica.

Neste sábado, o jornal retoma com particular ênfase a passagem do sermão do arcebispo de Paris e presidente da Conferência Episcopal da França, André Vingt-Trois, que na última quinta-feira denunciou uma “ofensiva” da imprensa para “desestabilizar o papa, e por meio dele a Igreja”.

Por outro lado, ao mesmo tempo em que é atacado, Bento 16 tem recebido mensagens de apoio de “todo o mundo”. “Muitos bispos têm expressado proximidade ao papa e também às suas ações em favor da verdade e por medidas para prevenir que tais crimes voltem a ocorrer”, continua a publicação.

“Junto às mensagens, a Igreja também tem recebido a dolorosa aceitação das culpas do passado, demonstrando que nenhuma tentativa intimidadora poderá afastar do dever de esclarecimento”, complementa.

Para Bruno Forte, arcebispo de Chieti-Vasto, diocese da região italiana de Abruzzo, a Igreja Católica está sendo objeto de “prejuízos” e “ataques” injustificados em consequência dos atos de alguns de seus membros.

“Estamos atravessando uma época na qual a Igreja é objeto de muitos ataques e prejuízos”, aponta o religioso, ao afirmar que na conjuntura atual registra-se um aumento da “cristãofobia”.

Ainda na edição do “L’Osservatore Romano”, o religioso enfatiza o trabalho de Bento 16, que está atuando com a coragem necessária diante dos abusos cometidos por ministros das entidades eclesiásticas, ao mesmo tempo em que pede o reconhecimento da “verdade, da justiça e do amor”.

Após as recentes denúncias de pedofilia feitas em diversas partes do mundo contra padres e sacerdotes da Igreja Católica, Bento 16 passou a ser alvo de duras críticas por parte de alguns veículos de comunicação.

Nas últimas semanas, o jornal norte-americano “The New York Times” publicou uma reportagem na qual afirma que Joseph Ratzinger, quando era arcebispo de Munique e Freising (1977-1982), na Alemanha, não impediu que um padre acusado retomasse as atividades pastorais.

A publicação também dizia que o papa teria conhecimento de casos cometidos na época em que era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cargo que deixou para assumir o posto máximo da Igreja Católica.

Fonte: Folha Online

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