O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, negou hoje que tenha feito um pedido de asilo político para a iraniana condenada à morte por apedrejamento, mas apelou a razões humanitárias para salvar sua vida e insistiu que seria recebida no Brasil “com os braços abertos”.

“Eu não fiz um pedido de asilo. Eu fiz um pedido mais humanitário do que uma coisa política”, argumentou Lula durante uma entrevista coletiva na cidade argentina de San Juan. “Eu como cristão acho que só Deus tem o direito de dar ou tirar a vida”.

Morrer apedrejada ou enforcada “não é humanamente aceitável”, sustentou o presidente depois de uma reunião bilateral com sua colega argentina, Cristina Fernández de Kirchner.

Lula fez questão de ressaltar que tem “um grande respeito” pelo Irã, país com o qual compartilha “uma amizade” e do qual não conhece as leis “a fundo”.

“Se houver disposição do Irã a conversar sobre esse assunto, nós teríamos um enorme prazer e essa mulher poderia vir ao Brasil”, declarou Lula, que afirmou respeitar a “soberania de cada país”.

No último fim de semana, Lula pediu “ao líder supremo do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que permita ao Brasil conceder asilo a esta mulher”.

O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, afirmou hoje que Lula ofereceu asilo à mulher porque “desconhece seu caso”.

Sakineh Mohammadi Ashtiani, iraniana de 43 anos e mãe de dois filhos, foi punida inicialmente com 99 chicotadas. Depois disso, foi condenada à morte por apedrejamento.

A iraniana foi declarada culpada de ter tido “relações ilícitas” com dois homens em 2006 e está presa desde então. Várias campanhas internacionais defendem sua libertação e a anulação da condenação de apedrejamento.

Em maio passado, Lula interveio com sucesso junto a Ahmadinejad para pedir a libertação de uma cidadã francesa detida no Irã por participar de manifestações contra o Governo.

[b]Fonte: EFE[/b]

Comentários