Seeta Khadan-Newton, mãe da jovem Ria Ramkissoon, 21, afirmou neste sábado que a filha ainda está sob o efeito da lavagem cerebral de uma seita nos Estados Unidos. Ramkissoon foi responsabilizada pela morte de seu filho, o pequeno Javon Thompson, por não alimentar a criança.

Ramkissoon se negava a alimentar a criança enquanto o menino não dissesse “Amém” após as refeições. Nascido em setembro de 2005, ele morreu entre outubro de 2006 e janeiro de 2007, segundo investigação da polícia.

Newton conversou por telefone com Ramkissoon que, da cadeia, lhe aparentou ainda fazer parte do grupo. “Ela pareceu vazia, sem emoção. Eu não reconheci sua voz e fiquei chocada”, disse a avó de Thompson.

Khadan-Newton, pai de Ramkissoon, afirmou que sua filha era uma pessoa muito religiosa desde a adolescência. “Ela era obcecada pela bíblia”, disse.

Além de Ramkissoon, também foram responsabilizados pela morte do menino um grupo de cinco pessoas que esperaram um sinal divino e não socorreram a criança.

De acordo com laudos médicos, o corpo de Thompson permaneceu por mais de uma semana em um apartamento até entrar em estado de decomposição. Ao invés de prestar socorro à vítima, membros de uma seita denominada Ministério Mente 1, liderada por Queen Antoinette, 40, decidiram rezar e esperar por uma ressurreição.

Rick A. Ross, estudioso de manifestações religiosas há 26 anos, afirmou que geralmente crianças são mortas em cumprimento de ensinamentos de seitas similares. Nesses casos, as vítimas são encaradas como demônios. Para o estudioso, essa teria sido a causa da morte de Thompson.

O advogado de Ramkissoon, Steven D. Silverman, declarou que ela havia sido vítima de lavagem cerebral. “Os membros desse culto, os quais possuem o dobro da idade de Ria, são os responsáveis”, declarou o advogado.

A seita

Segundo a polícia de Baltimore, após o grupo perder as esperanças de ressurreição da criança, Antoinette queimou as roupas de Thompson e colocou seu corpo dentro de uma mala.

Documentos revelam que o grupo opera secretamente. Seus membros utilizam roupas brancas. Antoinette, também conhecida como Toni Sloan ou Toni Ellsberry, chama seus seguidores por príncipe e princesa. O tratamento dela e de seus seguidores com crianças era considerado possessivo.

O grupo nunca teve mais de 12 membros e suas crenças religiosas não são muito claras, segundo Ross.

A associação da mãe de Thompson com grupo começou após o nascimento da criança. Ramkissoon teria se interessado pelo grupo por meio de uma amiga, Tiffany Smith, 21, após perder a fé no cristianismo devido a um caso de abuso infantil envolvendo um padre de sua igreja.

Fonte: Folha Online

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